maternidade é…

deixar de ser quem sou. perder parte da minha identidade.

acabou-se. esqueçam o meu nome próprio, apaguem o meu apelido!

não sou senhora, nem senhorita, nem madame, nem sôdona, muito menos querida, fofinha, ó minha filha.

já ninguém me chama pelo meu nome: passei a ser a mãe do pedro e ponto final.

sim senhor primeiro ministro

ouvir bem (e tentar perceber) frases do sir humphrey e do bernard.

a maternidade é…

confirmar que os 32 contos gastos (pagos pela minha tia) no curso de preparação para o parto serviram para não fazer uma figura patética de histérica-descontrolada, sujeita a ser enxovalhada pela enfermeira chefe do bloco de partos.

fui estóica.

nem um foda-se, nem um caralho me saiu da boca…

o único descontrole digno de nota foi uma mini rajada de peidos na cara de um dos médicos que me observou.

mana

estava a ver que nunca mais dava notícias.

descoberta

alguém bem que me podia ter ditoo que aliada à maternidade vinha a prisão de ventre.

logo eu, que nunca experenciei tal maleita e que sempre fui tão pouco feminina nesta coisa de evacuar...

em compensação, o meu filho caga e mija qual elefante em plena savana africana: com abundância e uma sonoridade inaudita! é d'homem!