"O Darfur é devastado desde Fevereiro de 2003 por uma guerra civil que opõe as forças da Frente Nacional Islâmica, ligada ao Governo de Omar Hassan Ahmad al-Bachir, ao Exército de Libertação do Povo Sudanês, que controla parcialmente três províncias do Sul do país. Al-Bachir chegou ao poder em Junho de 1989, por meio de um golpe militar. Com poderes ditatoriais, tentou impor a lei islâmica a todo o Sudão, mas teve um grande foco de resistência no Sul, onde há grande número de cristãos e animistas, que reclamam uma maior autonomia para a região.
Acredita-se que a repressão à rebelião no Sul e a fome que assola o país tenham causado a morte de quase dois milhões de pessoas desde o início da guerra.
Cerca de 1,2 milhões de pessoas foram privadas dos seus bens no Darfur, tendo 200 mil fugido para o Chade. O número de mortos no Darfur atingiu já os 50 mil, segundo Jan Egeland, secretário-geral adjunto da ONU para os Assuntos Humanitários. "
in Público on line
o que mais me choca é que já não me choca... sõa números demasiado brutais para sequer conseguir entender. ou por outra, seria toda a região da grande lisboa morta pela fome, violada pela guerra. este cenário está tão longe que, por mais que assistamos à tragédia em directo na tv, por mais que os jornais escrevam peças de última hora expondo os números da desgraça, não consigo pensar piedosamente mais de alguns segundos sobre estas pobres pessoas sem vida, sem existência, sem paz.
se algum dia o mundo for atingido por uma catástrofe sideral, são estas as pessoas que irão sobreviver e perpetuar a humanidade. eu não aguentaria um minuto num cenário destes. nem eu, nem ninguém do mundo dito civilizado, dito mais avançado, dito 1º mundo. não há vacina ou tecnologia possível que nos torne imunes ao inferno.