odeio quando me desejam “uma hora pequenina”. faço um sorriso amarelo, que transparece o meu amuo e passa-me pela cabeça berrar-lhes que metam a hora pequenina pelo cu acima.
a “hora pecanina”, como muitas lhe chamam, é parir um bebé com mais de três quilos, que já mal me cabe na barriga e cuja cabeça terá de passar por entre as minhas pernas…
a “hora pekanina”, como lhe chamariam as adolescentes acéfalas, implica dilatar dez dedos (duas mãos!, meus senhores) uma zona do meu corpo que, por norma, se encontra aconchegadinha, e pode onde entra, com algum jeitinho, um tampão com aplicador do tamanho normal…
a “hora piquenina”, como certas zombeteiras me dizem, é passar até 24 horas com contracções, deitada numa cama, sem poder comer nem beber, a soprar velinhas ou a tentar treinar na hora as básculas de bacia que fingi praticar ao longo da noite...
a “hora pequenina”, o caralho! vou é parir!!
desejem-me, por favor, um bom parto, rápido e sem complicações, livre de cortes e suturas, que me permita estar em casa após 48 horas e dar quecas um mês depois...
e fica o recado dado.