quarta-feira, fevereiro 26, 2003
cada vez há mais desempregados. todos os dias, leio nos jornais que esta empresa faliu, que aquela pretende rescindir os contratos, uma outra fábrica tentou fugir com as máquinas durante as férias das trabalhadoras. os piquetes, as comissões de trabalhadores. imagino o aperto no coração, as lágrimas, o desespero, a descrença nos sindocatos, o medo.
o mundo está à beira de uma pseudo-guerra mas creio que em portugal já ninguém lhe dá muita importância. a crise instalou-se, chegou o medo de ficar sem emprego, invadiu-nos o receio de perder a nossa dignidade, porque o trabalho é equivalente a dignidade . isso e consumir... mas agora os portugueses já não podem comprar carros, e por isso voltam-se para os electrodomésticos. são mais baratos e também têm motor... são um paliativo. nem imagino os portugueses sem consumir. é que estávamos tão habituados, não é? mas, de repente, chega o fantasma da crise, o espectro do desemprego e obrigam-nos a refrear o nosso vício consumista. olhamos tristes para as prateleiras nos hipermercados... bem que gostaríamos de de comprar aquela morcela, o vinho mais caro, os aperitivos, os enlatados de importação, exóticos, os livros e cds... mas não, temos que nos resumir ao produtos brancos, sem graça, sem marca, sem sinal de consumo, esteticamente feios... que pena. e os outros a falar da guerra. haja pachorra!
o mundo está à beira de uma pseudo-guerra mas creio que em portugal já ninguém lhe dá muita importância. a crise instalou-se, chegou o medo de ficar sem emprego, invadiu-nos o receio de perder a nossa dignidade, porque o trabalho é equivalente a dignidade . isso e consumir... mas agora os portugueses já não podem comprar carros, e por isso voltam-se para os electrodomésticos. são mais baratos e também têm motor... são um paliativo. nem imagino os portugueses sem consumir. é que estávamos tão habituados, não é? mas, de repente, chega o fantasma da crise, o espectro do desemprego e obrigam-nos a refrear o nosso vício consumista. olhamos tristes para as prateleiras nos hipermercados... bem que gostaríamos de de comprar aquela morcela, o vinho mais caro, os aperitivos, os enlatados de importação, exóticos, os livros e cds... mas não, temos que nos resumir ao produtos brancos, sem graça, sem marca, sem sinal de consumo, esteticamente feios... que pena. e os outros a falar da guerra. haja pachorra!
terça-feira, fevereiro 25, 2003
Grandes Traficantes de Droga Põem Rio de Janeiro em Estado de Sítio
Por NAYSE LOPEZ, Rio de Janeiro
Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2003
Vaga de ataques e atentados varreu várias áreas da cidade, incluindo a prestigiada Zona Sul
Bombas caseiras explodiram na avenida Vieira Souto, a da praia de Ipanema e aquela onde se situa o metro quadrado mais caro do Rio de Janeiro. Em Botafogo, um autocarro, incendiado por uma bomba atirada de uma moto a menos de cem metros de um Batalhão de Polícia e a poucos quarteirões do consulado português, deixou 13 feridos, dois em estado grave. O Rio de Janeiro acordou ontem sob uma vaga de violência orquestrada pelos traficantes de droga.
A acção na Zona Sul (mais prestigiada e turística) da cidade incluiu duas bombas caseiras em Ipanema (uma granada de uso exclusivo das Forças Armadas foi encontrada intacta num canteiro da mesma avenida Vieira Souto) e vários ataques a cabinas da polícia e assaltos.
Na Zona Norte e na Baixada Fluminense, no entanto, a coisa foi mais grave. Vários tiroteios próximos das favelas e em estações de comboio e garagens de autocarros fizeram com que boa parte da população não pudesse chegar ao trabalho. Em toda a cidade, várias zonas de comércio ficaram de portas fechadas. Até ao meio da tarde, alguns focos de tiroteio ainda aconteciam na Zona Norte e mais de 20 autocarros foram incendiados em toda a cidade, além de carros particulares e carrinhas de transporte.
A confusão e o medo começaram de madrugada, com a invasão e saque de um supermercado e a acção de um grupo de bandidos que impediram os autocarros da Viação São Silvestre, nas proximidades do Morro da Providência, no Centro, de sair da garagem. Uma cabina da Polícia Militar foi metralhada nas proximidades do grande centro comercial Norteshopping, em Del Castilho, na Zona Norte, e um polícia ficou ferido. Não há informações sobre o número total de feridos nos ataques.
O governo do estado, que controla as polícias Militar e Civil, diz que sabia desde a noite de domingo que traficantes, liderados por Fernandinho "Beira Mar" de dentro da penitenciária, estava a articular um ataque múltiplo à cidade e que reforçaram o policiamento em várias áreas. Foi reforçado também o cerco ao presídio, de onde, segundo o secretário de Segurança do estado, Josias Quintal, um grupo de traficantes iria tentar resgatar vários líderes.
Numa entrevista colectiva ao fim da manhã, o secretário de Segurança disse que ao longo do dia seriam presos vários líderes ligados à onda de vandalismo e responsáveis, segundo ele, por uma carta, entregue a comerciantes de várias áreas da cidade, em que os traficantes ameaçam os proprietários. A Polícia Militar determinou a ocupação de nove favelas na cidade, mas não há notícias de tentativa de fuga em nenhum presídio. Segundo o balanço oficial da polícia, 30 suspeitos já foram presos.
É mais um dia de pressão para a governadora Rosinha Matheus, cujo carro foi cercado e atacado por manifestantes há uma semana por causa do atraso nos pagamentos dos funcionários do estado, inclusive a polícia. Rosinha, além de não estar a pagar os salários em dia (ela alega falência das contas), tem sofrido um forte desgaste com menos de um mês de governo - nomes muito próximos da sua equipa e do seu marido, o ex-governador Anthony Garotinho, estão sob investigação num escândalo de desvio de verbas para a Suíça que ultrapassa os 30 milhões de euros."
in Público
mas afinal o que é isto? alguém percebe como é que se chega a este ponto? numa das cidades mais belas do mundo? como é que se transformou em palco de atentados terrosristas dos traficantes de droga?
Por NAYSE LOPEZ, Rio de Janeiro
Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2003
Vaga de ataques e atentados varreu várias áreas da cidade, incluindo a prestigiada Zona Sul
Bombas caseiras explodiram na avenida Vieira Souto, a da praia de Ipanema e aquela onde se situa o metro quadrado mais caro do Rio de Janeiro. Em Botafogo, um autocarro, incendiado por uma bomba atirada de uma moto a menos de cem metros de um Batalhão de Polícia e a poucos quarteirões do consulado português, deixou 13 feridos, dois em estado grave. O Rio de Janeiro acordou ontem sob uma vaga de violência orquestrada pelos traficantes de droga.
A acção na Zona Sul (mais prestigiada e turística) da cidade incluiu duas bombas caseiras em Ipanema (uma granada de uso exclusivo das Forças Armadas foi encontrada intacta num canteiro da mesma avenida Vieira Souto) e vários ataques a cabinas da polícia e assaltos.
Na Zona Norte e na Baixada Fluminense, no entanto, a coisa foi mais grave. Vários tiroteios próximos das favelas e em estações de comboio e garagens de autocarros fizeram com que boa parte da população não pudesse chegar ao trabalho. Em toda a cidade, várias zonas de comércio ficaram de portas fechadas. Até ao meio da tarde, alguns focos de tiroteio ainda aconteciam na Zona Norte e mais de 20 autocarros foram incendiados em toda a cidade, além de carros particulares e carrinhas de transporte.
A confusão e o medo começaram de madrugada, com a invasão e saque de um supermercado e a acção de um grupo de bandidos que impediram os autocarros da Viação São Silvestre, nas proximidades do Morro da Providência, no Centro, de sair da garagem. Uma cabina da Polícia Militar foi metralhada nas proximidades do grande centro comercial Norteshopping, em Del Castilho, na Zona Norte, e um polícia ficou ferido. Não há informações sobre o número total de feridos nos ataques.
O governo do estado, que controla as polícias Militar e Civil, diz que sabia desde a noite de domingo que traficantes, liderados por Fernandinho "Beira Mar" de dentro da penitenciária, estava a articular um ataque múltiplo à cidade e que reforçaram o policiamento em várias áreas. Foi reforçado também o cerco ao presídio, de onde, segundo o secretário de Segurança do estado, Josias Quintal, um grupo de traficantes iria tentar resgatar vários líderes.
Numa entrevista colectiva ao fim da manhã, o secretário de Segurança disse que ao longo do dia seriam presos vários líderes ligados à onda de vandalismo e responsáveis, segundo ele, por uma carta, entregue a comerciantes de várias áreas da cidade, em que os traficantes ameaçam os proprietários. A Polícia Militar determinou a ocupação de nove favelas na cidade, mas não há notícias de tentativa de fuga em nenhum presídio. Segundo o balanço oficial da polícia, 30 suspeitos já foram presos.
É mais um dia de pressão para a governadora Rosinha Matheus, cujo carro foi cercado e atacado por manifestantes há uma semana por causa do atraso nos pagamentos dos funcionários do estado, inclusive a polícia. Rosinha, além de não estar a pagar os salários em dia (ela alega falência das contas), tem sofrido um forte desgaste com menos de um mês de governo - nomes muito próximos da sua equipa e do seu marido, o ex-governador Anthony Garotinho, estão sob investigação num escândalo de desvio de verbas para a Suíça que ultrapassa os 30 milhões de euros."
in Público
mas afinal o que é isto? alguém percebe como é que se chega a este ponto? numa das cidades mais belas do mundo? como é que se transformou em palco de atentados terrosristas dos traficantes de droga?
segunda-feira, fevereiro 17, 2003
hoje passei o dia a fazer nada. trabalhei um pouquinho no início da manhã mas depois... depois borrifei-me para isto e andei para aqui a navegar na net, a ver se tomava coragem para pegar numa parte dum site e reformulá-lo. não tenho muita coragem porque sei que o que vou propor ou apresentar vai ser esquecido no pântano que é a secretária do meu chefe... ou seja, será trabalho para deitar fora!
a verdade é que detesto o sitio onde trabalho. gosto muito das minhas colegas, acredito que algumas serão minhas amigas para sempre mas não suporto o tipo que está à frente desta unidade. nem o cheiro suporto mais! o gajo exagera tanto no maldito do perfume que me inebria (pelo lado negativo) até às seis da tarde. parece um pavão mas na realidade não passa de um galito murcho, que em tempos teve uma crista mas que agora nada possui... raparam-lhe a crina espetada vermelha e por ali se ficou, acocorado, cobarde e medroso, na sua sala de trabalho, na sua mesa demasiado baixa que o faz parecer um gigante corcunda e ridículo. tem um riso perfeitamente sinistro, um HAHAHAHAHAHA! forçado, que me entra pelos ouvidos adentro e que me faz fazer uma careta de quase vómito institivamente. não é esperto, nem se quer inteligente. é perpicaz, isso sim... mas complica tudo, enleia tudo, burocratiza tudo... é mestre em criar entraves virtuais, que se revelam afinal não pouco virtuais assim. não gosta de tomar decisões e parece-me estar sempre de ombros caídos, embora cultive um ar de pavão... é asqueroso como homem e profissional!
já desabafei um bocadinho.... nada de muito interessante. afinal, os chefes são todos assim!
a verdade é que detesto o sitio onde trabalho. gosto muito das minhas colegas, acredito que algumas serão minhas amigas para sempre mas não suporto o tipo que está à frente desta unidade. nem o cheiro suporto mais! o gajo exagera tanto no maldito do perfume que me inebria (pelo lado negativo) até às seis da tarde. parece um pavão mas na realidade não passa de um galito murcho, que em tempos teve uma crista mas que agora nada possui... raparam-lhe a crina espetada vermelha e por ali se ficou, acocorado, cobarde e medroso, na sua sala de trabalho, na sua mesa demasiado baixa que o faz parecer um gigante corcunda e ridículo. tem um riso perfeitamente sinistro, um HAHAHAHAHAHA! forçado, que me entra pelos ouvidos adentro e que me faz fazer uma careta de quase vómito institivamente. não é esperto, nem se quer inteligente. é perpicaz, isso sim... mas complica tudo, enleia tudo, burocratiza tudo... é mestre em criar entraves virtuais, que se revelam afinal não pouco virtuais assim. não gosta de tomar decisões e parece-me estar sempre de ombros caídos, embora cultive um ar de pavão... é asqueroso como homem e profissional!
já desabafei um bocadinho.... nada de muito interessante. afinal, os chefes são todos assim!
sexta-feira, fevereiro 14, 2003
não tenho vindo muito aqui... não é que não sinta vontade. cada vez sinto mais vontade, às vezes dou por mim a ditar mentalmente aquilo que quero escrever aqui. coisas sem importância, simples, banais, como aquela mulher que atravessava a rua do alecrim, mesmo ao pé do largo do cauteleiro e que atravessava e era quase arrastada pelo presumível namorado... acho eu que era namorado... olhei para ela porque a voz era esganiçada, metálica, entrou-me pelos ouvidos adentro, sem pedir desculpa e fez eco. "jorge! jorge!" guinchava... não era bem guinchar... era uma voz que me pareceu ridícula, feia, desagradável, desapropriada... como ela... uma mulher baixa, com uma cara que não se memoriza, de cabelo castanho fino, sem vida, sem brilho, talvez sujo, talvez não... era atarracada e o que me pareceu mais ridículo foram as pernas, o rabo e os sapatos... o andar, no fundo... pulava em vez de caminhar... era arrastada pelo namorado pelo paralelepípedo da estrada e mesmo assim conseguia equilibrar-se numas calças de ganga demasiado justas para as pernas gordas, finalizados por umas botas baratas, pretas, talvez arrebitadas na ponta do pé, com um salto finíssimo que contrastava com as pernas curtas e gordas e com o rabo desproporcionado e também sufocado nas calças justas.
não é uma imagem bonita, mas bem que me apetecia escrevê-la mais do que descrevê-la.
também estou farta de não conseguir mudar de emprego.
e pronto.
agora vou ligar à minha irmã e informá-la sobre este blog... vai dar berrinhos.
não é uma imagem bonita, mas bem que me apetecia escrevê-la mais do que descrevê-la.
também estou farta de não conseguir mudar de emprego.
e pronto.
agora vou ligar à minha irmã e informá-la sobre este blog... vai dar berrinhos.