sexta-feira, junho 11, 2004

noticia

Polícia municipal impede arraiais a indivíduos de «tez negra»

Numa carta, em três pontos, enviada à Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, Almeida Rodrigues justifica a sua recusa para a realização dos arraiais populares na Rua da Mouraria e no Largo do Intendente.

O responsável da polícia diz que as áreas são zonas de risco e que os arraiais poderiam potenciar situações perigosas, mas numa tentativa de ser mais explícito, o comandante da Polícia Municipal afirma que os «habituais frequentadores da zona são na sua maioria de tez negro, toxicodependentes e pessoas que se prostituem. Estes indivíduos trazem consigo e põem em prática os usos e costumes de origem».

Almeida Rodrigues entende que a situação descrita aumentou a promiscuidade naquela zona da cidade e adianta que «estes indivíduos, constituindo-se em grupo, tiram daí a força, que conjugada com a sua formação e princípios étnicos que os levam a tomar atitudes de inconformidade a qualquer ordem dos agentes de serviço».

A carta diz ainda que estas situações já levaram a casos de conflitos e de detenções.

Subintende refuta ideia de racismo

A TSF pediu ao próprio Almeida Rodrigues para explicar os argumentos de recusa aos arraiais populares, que referiu que já «houve vários problemas, com os nossos agentes a serem agredidos, por elementos desse género, das pessoas que circulam nesses locais».

Sobre a necessidade de a carta à Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural referir que a zona é frequentada por indivíduos de «tez negra», o responsável policial diz que «não há relevância. Foi só dizer que tipo de pessoas poderão circular e trazer algum problema na área».

«Se continuarmos só com música africana, vai chamar mais africanos para esse local, logo vai trazer mais problemas, em princípio. Poderá trazer mais problemas», continuou.

Ao ser questionado sobre se esta não seria uma abordagem racista ou xenófoba ao problema, Almeida Rodrigues sublinhou que refuta «qualquer ideia conexa a essa situação. Não me revejo numa situação dessas».

TSF

este cabrão deve ser amigo da outra. que lhe vá fazer companhia...