sábado, novembro 13, 2004

telefónico

atendi o telefone, disse "tou?": alguém, no meio de arfanços, sussurrou "estou...?" e continuou a ofegar, a respirar pesadamente, ou seja, continuou a bater uma punheta. isso mesmo, com as letras todas, punheta, canhola, masturbação, etc. (ajuda-me aqui com os sinónimos, sérgio!). chocada, coloquei o telefone em alta-voz, para o manel ouvir. ele ouviu e disse "deixa estar, não desligues... deixa-o gastar dinheiro!". e assim ficámos os dois, eu especada, de boca aberta e olhos arregalados, a olhar para o telefone e ele a fingir que lia o último volume do corto maltese editado pelo público. o interlocutor, lá do seu lado, prosseguia com o seu acto de prazer solitário, em companhia da sua vizinha do 5º direito (leia-se a mão, ou ambas) e da nossa sala, que o escutava, espantada. após um minuto (coitado, aquilo foi um bocado super sónico) lá se veio, sem grandes barulhos (é daqueles silenciosos) e desligou. pronto: o trabalhinho já estava feito!

no final desta cena toda, o manel (com um ar falsamente blasé) vira-se para mim e pergunta: “ouve lá, quem é que tem o telefone cá de casa?!”. para além dos meus pais, irmãos, vera e rita n., creio que um senhor intitulado 118 também conhece o número...

...'da-se!