sexta-feira, janeiro 30, 2004
a mala do sport billy
a minha mala parece-se cada vez mais com o saco do sport billy. mas, em vez de bolas de futebol, raquetes de ténis e sticks de hoquéi, encontra-se repleta de anti-inflamatórios, pilhas usadas, talões de multibanco, meios pacotes de lenços de papel, pensos higiénicos, vários batons que me esqueço de usar, frascos de soro fisiológico...
e, ao contrário do nosso herói, tenho de mergulhar a minha mão várias vezes até conseguir encontrar as coisas mais simples como a carteira, o discman ou a agenda.
se o sport billy fosse uma gaja, há muito que tinha sido papado pela pérfida vanda!
quarta-feira, janeiro 28, 2004
luso-tropifamilia
pertenço a uma família miscigenada. mestiça. pluri-racional. multi-étnica. transnacional. diaspórica.
um indiano goês, duas portuguesas alentejanas, um afro-indiano nascido em áfrica, duas luso-indianas nascidas em áfrica, uma portuguesa alfacinha, um português beirão, duas crianças um quarto indianas e três quartos portuguesas e duas crianças um quarto indianas, um quarto africanas e dois quartos portuguesas.
aos 28 anos descubro que tenho uma família luso-tropical.
um indiano goês, duas portuguesas alentejanas, um afro-indiano nascido em áfrica, duas luso-indianas nascidas em áfrica, uma portuguesa alfacinha, um português beirão, duas crianças um quarto indianas e três quartos portuguesas e duas crianças um quarto indianas, um quarto africanas e dois quartos portuguesas.
aos 28 anos descubro que tenho uma família luso-tropical.
segunda-feira, janeiro 26, 2004
domingo
hoje não saí de casa. passei o meu domingo sentada na mesa da sala, envolta em textos sobre o luso-tropicalismo, aqui, em África, no Brasil, em Goa e no raio que o parta. fumei demasiado, comi quase nada, esqueci-me de ligar a aparelhagem e gastei duas preciosas horas de estudo numa tentativa frustrada de cozinhar almôndegas de soja que rapidamente se transfomaram em bolonhesa.
foi um dia de merda, mas não um dia desperdiçado. no final da noite, os pratos da balança equilibram-se: de um lado a reclusão doméstica e e o chão da cozinha "encerado" à base de azeite e bocadinhos de comida, do outro, três paginas escritas sobre o conceito de luso-tropicalismo e um tacho cheio de bolonhesa de soja.
podia ter sido pior...
foi um dia de merda, mas não um dia desperdiçado. no final da noite, os pratos da balança equilibram-se: de um lado a reclusão doméstica e e o chão da cozinha "encerado" à base de azeite e bocadinhos de comida, do outro, três paginas escritas sobre o conceito de luso-tropicalismo e um tacho cheio de bolonhesa de soja.
podia ter sido pior...
sábado, janeiro 24, 2004
lula transformado em polvo
só um chefe de estado muito cobarde demite um ministro por telefone.
a pequena lula operária transformou-se rapidamente num grande polvo invertebrado.
o brasil não tem jeito mesmo!
a pequena lula operária transformou-se rapidamente num grande polvo invertebrado.
o brasil não tem jeito mesmo!
sexta-feira, janeiro 23, 2004
ensonada...
...escuto o manel a ressonar no quarto. tem um ronco leve, uma quase respiração funda que já não me incomoda. na primeira noite que dormimos no mesmo quarto (por sinal não era um quarto, mas sim uma sala) custei a adormecer. julgava ter um vulcão em plena erupção ao meu lado... ou então que os montes das estremadura espanhola era sacudidos por violentos tremores de terra. mas não: era apenas aquele homem que adormecera ao meu lado, enfiado num saco cama, com umas almofadas a fazer de colchão. dois dias depois ligou-me. deixou uma mensagem no telemóvel: "era para saber se esta noite já dormiste melhor...?".
nessa altura não me passava pela cabeça que, anos depois, os seus troares noturnos seriam para mim a mais doce canção de embalar.
boa noite...
nessa altura não me passava pela cabeça que, anos depois, os seus troares noturnos seriam para mim a mais doce canção de embalar.
boa noite...
quinta-feira, janeiro 22, 2004
dificuldades de uma mestranda
quase uma da manhã. não estudei nada. revolvo a internet em busca de um livro, que só encontro numa livraria on-line em coimbra. envio e-mails desesperados à editora, implorando por informação, por um exemplarzinho em stock. percorro as bibliotecas mas nenhuma parece ter o meu livro, aquele livro que preciso. só a biblioteca nacional, aquele gigante que me come sofregamente as horas de almoço. ao fundo ouço o manel e a rita a falar. acho que vou mas é pegar no chá e ter com eles...
segunda-feira, janeiro 19, 2004
imaginem-me...
... a preparar um jantar romântico com o manel, convidá-lo antecipadamente, pedir-lhe conselhos, telefonar, reservar uma mesa, ir buscá-lo ao escritório, fazer uma cara marota, dizer-lhe "é uma supresa, é uma surpresa!", atravessar meia cidade para no fim... levá-lo a um restaurante vegetariano!
sábado, janeiro 17, 2004
não percebo...
...aquelas mulheres que entram à nossa frente na casa de banho, demoram eternidades para fazer um xixi e depois saem sem lavar as mãos. grandes porcas!
sexta-feira, janeiro 16, 2004
tss, tss, tss, tss...
já são quase três da manhã e em vez de estar na cama a dormir ou a estudar a diáspora goesa, estou para aqui feita parva a escrever no blog...
quinta-feira, janeiro 15, 2004
resposta ? mana grandinha
os los hermanos lançaram-se quando estava no brasil, com uma música que me irrita solenemente (adora esta expressão: irrita solenemente!), chamada ana júlia. foi um hit de verão em portugal uns anos depois. por isso, nunca tive qualquer interesse em ouvi-los com mais atenção. mas também fiquei surpreendida com as músicas cantadas pela maria rita e compostas pelo vocalista da banda.
agora... vamos lá a falar de coisas mais importantes:
1) que merda é essa de andares a fumar? caso não saibas, estás grávida!
2) que merda é essa de andares a beber? caso não saibas estás grávida!
3) que merda é essa de me chamares mana pequenina em público?
sobre o brasil e isso de teres nascido no sítio errado... não penses assim. às vezes arrependo-me de ter voltado, há momentos em que me invade uma sensaçao de nostalgia tão forte que me transporto para lá. é uma coisa física, que sinto na pele, que consigo rastrear pelo cheiro num milésimo de segundo, que saboreio na ponta da língua... vejo-me por momentos lá, como se conseguisse estabelecer pontos de telepatia com aquele país.
mas... por outro lado, voltar foi a melhor coisa que me aconteceu. foi sim! aqui é o meu lugar . lisboa é a minha cidade. portugal é o meu país. moçambique é a minha terra. goa e o alentejo são as minhas raízes. o brasil é o meu passado... é aqui que me sento plena.
agora... vamos lá a falar de coisas mais importantes:
1) que merda é essa de andares a fumar? caso não saibas, estás grávida!
2) que merda é essa de andares a beber? caso não saibas estás grávida!
3) que merda é essa de me chamares mana pequenina em público?
sobre o brasil e isso de teres nascido no sítio errado... não penses assim. às vezes arrependo-me de ter voltado, há momentos em que me invade uma sensaçao de nostalgia tão forte que me transporto para lá. é uma coisa física, que sinto na pele, que consigo rastrear pelo cheiro num milésimo de segundo, que saboreio na ponta da língua... vejo-me por momentos lá, como se conseguisse estabelecer pontos de telepatia com aquele país.
mas... por outro lado, voltar foi a melhor coisa que me aconteceu. foi sim! aqui é o meu lugar . lisboa é a minha cidade. portugal é o meu país. moçambique é a minha terra. goa e o alentejo são as minhas raízes. o brasil é o meu passado... é aqui que me sento plena.
quarta-feira, janeiro 14, 2004
dúvida mais que existencial
mas porque carga d'água é que me meti no mestrado??!!
um ano sem vida.
um ano sem dormir.
um ano em pânico constante.
porra!
um ano sem vida.
um ano sem dormir.
um ano em pânico constante.
porra!
domingo, janeiro 11, 2004
possibilidade de rir
Trasmontana que sou, cedo me habituei ao frio lá fora. Mas nunca me habituarei ao frio dentro dos corações. Passeava ontem pela baixa de Lisboa e vi o actor John Malkovich, presença habitual por estas paragem, a olhar a montra de uma loja de roupa. Não resisti, porque aprecio o seu trabalho há muito, aproximei-me e meti conversa. Perguntei-lhe se não preferia esperar pela época dos saldos que sempre é mais em conta. Ele olhou para mim e, durante breves segundos, parecia que ia dizer qualquer coisa. Depois virou-me as costas e continuou a andar sem uma palavra. A dor sente-se... mas às vezes também se vê.
não pode ser... será? anabela mota ribeiro na blogesfera? tem de ser no gozo...!
não pode ser... será? anabela mota ribeiro na blogesfera? tem de ser no gozo...!
não vale a pena
para uma clara reflexão:
Não vale a pena
interpretado magnificamente por maria rita, ontem à noite no coliseu
J. e P. Garfunkel
Ficou difícil
Tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício
Ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível
E depois enxergar
Que é uma pena
Mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema
De tão pequeno
Mas vai e vem e envenena
E me condena ao rancor
De repente cai o nível
E eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo
Como num disco riscado
O velho texto batido
Dos amantes mal amados
Dos amores mal vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo
A mesma velha ferida
E é pra não ter recaída
Que não me deixo esquecer
Que é uma pena
Mas você não vale a pena
Não vale a pena
interpretado magnificamente por maria rita, ontem à noite no coliseu
J. e P. Garfunkel
Ficou difícil
Tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício
Ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível
E depois enxergar
Que é uma pena
Mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema
De tão pequeno
Mas vai e vem e envenena
E me condena ao rancor
De repente cai o nível
E eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo
Como num disco riscado
O velho texto batido
Dos amantes mal amados
Dos amores mal vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo
A mesma velha ferida
E é pra não ter recaída
Que não me deixo esquecer
Que é uma pena
Mas você não vale a pena
sábado, janeiro 10, 2004
impressionante...
acho impressionante que os meus pais tenham partido para goa terça-feira e que ainda não me tenham telefonado.
eles vão de férias, os três, todos contentes, com quase uma centena de quilos distribuidos por seis malas, chegam passado umas 30 horas e nem sequer um telefonema...!
e ainda por cima já têm linha lá em casa... um telefone inteiro, só para eles, com botões e auscultador. o que é que lhes custa marcarem o meu número de telefone? ou então ir a uma cabine???
sim, porque na noite antes de partirem eu estava doente! uma nevralgia paralisava-me metade da cara com dores... um horror, aquelas horas cheias de dores de cabeça, nas urgências com a minha mãe... que na altura, se preocupava com a sua filha mais nova... a despedida do meu pai e da minha tia, a fazerem uma cara de preocupação e eu, com a vista toldada das dores...!
nem um olá, filha, como é que estás? a mãe e a tia estavam preocupadas contigo... tens tomado os medicamentos? tens comido bem? e o trabalho? e o estudo?? e o meu pai ao fundo "ó solhange, deixe-me falar com ela! estou, filhota?!" nada. nenhum interesse.
trocaram-me pela tia maria, o marlindo e as filhas. pela diamante e o marido. pela tia amália e o tio xavier. pelo moreno, melinda e respectivos esposos e rebentos. pelo franky e a diana. pela tia quitéria. pela tia rosu e a sua cabana abandonada. pelo rio mandovi e os palmeirais a perder de vista. pelas casas caiadas e a terra vermelha. trocaram-me por goa... esqueceram-me...
e eu, eu que nunca me esqueço deles quando estou longe! telefono sempre, mando sms, e-mails. não gosto de pensar que eles ficam preocupados comigo.
tenho de ir lá a casa buscar o telefone dos meus tios. pode ser que ao ouvirem a minha voz se lembrem que também têm família deste lado do mundo...
eles vão de férias, os três, todos contentes, com quase uma centena de quilos distribuidos por seis malas, chegam passado umas 30 horas e nem sequer um telefonema...!
e ainda por cima já têm linha lá em casa... um telefone inteiro, só para eles, com botões e auscultador. o que é que lhes custa marcarem o meu número de telefone? ou então ir a uma cabine???
sim, porque na noite antes de partirem eu estava doente! uma nevralgia paralisava-me metade da cara com dores... um horror, aquelas horas cheias de dores de cabeça, nas urgências com a minha mãe... que na altura, se preocupava com a sua filha mais nova... a despedida do meu pai e da minha tia, a fazerem uma cara de preocupação e eu, com a vista toldada das dores...!
nem um olá, filha, como é que estás? a mãe e a tia estavam preocupadas contigo... tens tomado os medicamentos? tens comido bem? e o trabalho? e o estudo?? e o meu pai ao fundo "ó solhange, deixe-me falar com ela! estou, filhota?!" nada. nenhum interesse.
trocaram-me pela tia maria, o marlindo e as filhas. pela diamante e o marido. pela tia amália e o tio xavier. pelo moreno, melinda e respectivos esposos e rebentos. pelo franky e a diana. pela tia quitéria. pela tia rosu e a sua cabana abandonada. pelo rio mandovi e os palmeirais a perder de vista. pelas casas caiadas e a terra vermelha. trocaram-me por goa... esqueceram-me...
e eu, eu que nunca me esqueço deles quando estou longe! telefono sempre, mando sms, e-mails. não gosto de pensar que eles ficam preocupados comigo.
tenho de ir lá a casa buscar o telefone dos meus tios. pode ser que ao ouvirem a minha voz se lembrem que também têm família deste lado do mundo...
quinta-feira, janeiro 08, 2004
prenda de natal
ontem recebi, via_postal_entregue_em_mão_na_minha_caixa_de_correio, a prenda de natal que mais queria. o novo disco de fausto: a ópera do cantor maldito.
quem me ofertou este belo cd (que ouço continuamente sempre que chego a casa) foi a minha amiga rita. a nunes...
e que boa amiga que ela é!
uma das coisas que lhe acho mais piada é quando se despede ao telefone. invariavelmente diz :"então vá...!". pergunto-lhe sempre: "vá onde? à merda??!". ela desata-se a rir, tenta lembrar-se de outra expressão qualquer, ri-se mais um pouco e acaba com o inviarável: "ok. então vá...! beijinhos!".
anda há mais de um ano obsecada com a sua festa dos 30 anos. depois de mil e uma ideias, resolveu-se a comemorar os mesmos na discoteca a que vai todos os fins de semana... julho de 2004 promete!
quando sofre de stress amoroso liga-me às duas da manhã. quando está bêbada e em companhia da terceira estarola (a menina vera), liga-me várias vezes durante a madrugada. guincham as duas qualquer coisa ao telefone que, por mais imperceptível que seja, por mais sono que tenha, me desperta o desejo de pegar no carro e ir ter com elas.
comprou uma casa na sé mas não vai para lá morar. "talvez em junho, julho...!".
há mais de seis meses que me assegura "é para o próximo mês que passo a ir de comboio para o trabalho!... é sim!". mas nunca vai.
é a mulher que durante anos e anos diz que nunca vai engravidar e depois, numa paixão de mês, anuncia: "era capaz de lhe dar cinco filhos!".
nunca chora. parece que nunca sofre. está sempre bem, numa boa, fixe...!
eu nunca lhe disse o quanto gosto dela. não se diz esse tipo de coisas à rita nunes. ela ri-se na tua cara, responde "eu sei! bebe mais um copo!". mas também não preciso. ela sabe. e eu vou beber mais um copo...!
para ti, rita, uma música do chico buarque, uma das primeiras que ouvi, das que mais gosto. mais do que a letra, dou-te a música e a voz, ao som das quais podes agitar as tuas duas bolinhas de espelhos!
A Rita
Chico Buarque/1965
A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela
Meu assunto
Levou junto com ela
E o que me é de direito
Arrancou-me do peito
E tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel
A Rita matou nosso amor
De vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão
Porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos
Meu pobres enganos
Os meus vinte anos
O meu coração
E além de tudo
Me deixou mudo
Um violão
quem me ofertou este belo cd (que ouço continuamente sempre que chego a casa) foi a minha amiga rita. a nunes...
e que boa amiga que ela é!
uma das coisas que lhe acho mais piada é quando se despede ao telefone. invariavelmente diz :"então vá...!". pergunto-lhe sempre: "vá onde? à merda??!". ela desata-se a rir, tenta lembrar-se de outra expressão qualquer, ri-se mais um pouco e acaba com o inviarável: "ok. então vá...! beijinhos!".
anda há mais de um ano obsecada com a sua festa dos 30 anos. depois de mil e uma ideias, resolveu-se a comemorar os mesmos na discoteca a que vai todos os fins de semana... julho de 2004 promete!
quando sofre de stress amoroso liga-me às duas da manhã. quando está bêbada e em companhia da terceira estarola (a menina vera), liga-me várias vezes durante a madrugada. guincham as duas qualquer coisa ao telefone que, por mais imperceptível que seja, por mais sono que tenha, me desperta o desejo de pegar no carro e ir ter com elas.
comprou uma casa na sé mas não vai para lá morar. "talvez em junho, julho...!".
há mais de seis meses que me assegura "é para o próximo mês que passo a ir de comboio para o trabalho!... é sim!". mas nunca vai.
é a mulher que durante anos e anos diz que nunca vai engravidar e depois, numa paixão de mês, anuncia: "era capaz de lhe dar cinco filhos!".
nunca chora. parece que nunca sofre. está sempre bem, numa boa, fixe...!
eu nunca lhe disse o quanto gosto dela. não se diz esse tipo de coisas à rita nunes. ela ri-se na tua cara, responde "eu sei! bebe mais um copo!". mas também não preciso. ela sabe. e eu vou beber mais um copo...!
para ti, rita, uma música do chico buarque, uma das primeiras que ouvi, das que mais gosto. mais do que a letra, dou-te a música e a voz, ao som das quais podes agitar as tuas duas bolinhas de espelhos!
A Rita
Chico Buarque/1965
A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela
Meu assunto
Levou junto com ela
E o que me é de direito
Arrancou-me do peito
E tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel
A Rita matou nosso amor
De vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão
Porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos
Meu pobres enganos
Os meus vinte anos
O meu coração
E além de tudo
Me deixou mudo
Um violão