ontem recebi, via_postal_entregue_em_mão_na_minha_caixa_de_correio, a prenda de natal que mais queria. o novo disco de fausto: a ópera do cantor maldito.
quem me ofertou este belo cd (que ouço continuamente sempre que chego a casa) foi a minha amiga rita. a nunes...
e que boa amiga que ela é!
uma das coisas que lhe acho mais piada é quando se despede ao telefone. invariavelmente diz :"então vá...!". pergunto-lhe sempre: "vá onde? à merda??!". ela desata-se a rir, tenta lembrar-se de outra expressão qualquer, ri-se mais um pouco e acaba com o inviarável: "ok. então vá...! beijinhos!".
anda há mais de um ano obsecada com a sua festa dos 30 anos. depois de mil e uma ideias, resolveu-se a comemorar os mesmos na discoteca a que vai todos os fins de semana... julho de 2004 promete!
quando sofre de stress amoroso liga-me às duas da manhã. quando está bêbada e em companhia da terceira estarola (a menina vera), liga-me várias vezes durante a madrugada. guincham as duas qualquer coisa ao telefone que, por mais imperceptível que seja, por mais sono que tenha, me desperta o desejo de pegar no carro e ir ter com elas.
comprou uma casa na sé mas não vai para lá morar. "talvez em junho, julho...!".
há mais de seis meses que me assegura "é para o próximo mês que passo a ir de comboio para o trabalho!... é sim!". mas nunca vai.
é a mulher que durante anos e anos diz que nunca vai engravidar e depois, numa paixão de mês, anuncia: "era capaz de lhe dar cinco filhos!".
nunca chora. parece que nunca sofre. está sempre bem, numa boa, fixe...!
eu nunca lhe disse o quanto gosto dela. não se diz esse tipo de coisas à rita nunes. ela ri-se na tua cara, responde "eu sei! bebe mais um copo!". mas também não preciso. ela sabe. e eu vou beber mais um copo...!
para ti, rita, uma música do chico buarque, uma das primeiras que ouvi, das que mais gosto. mais do que a letra, dou-te a música e a voz, ao som das quais podes agitar as tuas duas bolinhas de espelhos!
A Rita
Chico Buarque/1965
A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela
Meu assunto
Levou junto com ela
E o que me é de direito
Arrancou-me do peito
E tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel
A Rita matou nosso amor
De vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão
Porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos
Meu pobres enganos
Os meus vinte anos
O meu coração
E além de tudo
Me deixou mudo
Um violão