no dia em que termino mais um trabalho sobre goa, recebo a notícia da morte do meu tio xavier, marido da minha tia amália, irmã mais nova do meu pai. aqui sentada em frente a este ecrã, olho a fotografia plastica que decora uma das paredes deste escritório e vejo o meu tio xavier sentado na varanda tipicamente indo-portuguesa que fronteia a nossa casa em goa. soori. ao seu lado senta-se o meu tio filipinho, também já morto, irmão do meu pai, um homem afável, que tinha a voz e as mãos do meu pai. do outro lado, sorri a minha tia amália, com o seu sari rosa e azul escuro e o seu cabelo preto apanhado.
hoje sinto a falta da minha presença naquela casa em pondá, onde a minha tia chora a morte súbita do marido e os meus primos vivem o seu primeiro dia sem pai.