quinta-feira, outubro 30, 2003

quarta-feira, outubro 29, 2003

há três anos atrás morria a minha avó felicidade, numa cama de hospital, num pavilhão alto e frio. morria sem noção, morria sem vida. definhava.

tenho o nome da minha avó no meu nome. faz parte de mim, da minha identidade para mim e para os outros. descobri, depois da morte dela, que a sua avó por parte da mãe também era felicidade. foi uma surpresa bonita, sonhei logo em ter uma neta também chamada felicidade.

chamava-se felicidade mas não foi muito feliz. só em criança, no monte, no alentejo caiado e quente, com os seus pais e os seus sete irmãos, todos rapazes. não foi feliz com o meu avô, o josé. foi uma mãe dura mas permitiu à minha mãe e à minha tia serem quem são, e como são maravilhosas! foi uma avó terna e distante enquanto o meu avô viveu. depois tornou-se opressora e impositiva quando passou a viver connosco.

só descobri o quanto gostava dela muito tempo depois de ela morrer. repeti a mesma frase que a ouvi dizer na sua cama asséptica de hospital, no dia antes de morrer. tenho fome. disse-a em voz alta, nua ao lado do manel, depois de fazer amor. disse-a e imediatamente desatei a chorar. e nesse momento senti a sua perda, percebi a sua ausência. não digo mais esta frase. não gosto de a ouvir ressoar dentro da minha cabeça. faz-me chorar. como uma frase tão simples pode ser tão esmagadora...?

avó, tenho os teus lenços no fundo da minha gaveta. são das coisas mais preciosas que tenho em casa.

felicidade. tenho-te no meu nome por isso nunca te vou perder.
Alega psiquiatra escolhido pela defesa para acompanhar arguido no julgamento
Carlos Silvino está com "amnésia" e "sem condições para ser julgado"


como??!

terça-feira, outubro 28, 2003

primeiro entrei no atipico, depois saltei para a aldeia do amor e aqui deparei-me com isto.

estou com vontade de vomitar.

e não consigo perceber se é a gozar ou se estes fulanos estão a falar a sério...
Samba do grande amor
Chico Buarque/1983
Para o filme Para viver um grande amor, de Miguel Faria Jr.

Tinha cá pra mim
Que agora sim
Eu vivia enfim o grande amor
Mentira
Me atirei assim
De trampolim
Fui até o fim um amador
Passava um verão
A água e pão
Dava o meu quinhão pro grande amor
Mentira
Eu botava a mão
No fogo então
Com meu coração de fiador

Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira

Fui muito fiel
Comprei anel
Botei no papel o grande amor
Mentira
Reservei hotel
Sarapatel
E lua-de-mel em Salvador
Fui rezar na Sé
Pra São José
Que eu levava fé no grande amor
Mentira
Fiz promessa até
Pra Oxumaré
De subir a pé o Redentor

Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira

* * * * * * * *
não tens (nunca terás) uma pedra no peito nem o teu amor foi (não é) mentira. serás sempre uma sonhadora e vais sempre sorrir para o amor, isso eu sei.

mas o chico sabe mesmo sambar com o grande amor...

segunda-feira, outubro 27, 2003

estou pasma... e mais não digo!
passei o fim de semana inteiro a falar pelo nariz, afungar, a lacrimejar e a sentir uma picada idiota nos olhos. assoei-me tantas vezes que a pele das minhas narinas está seca e ameaça cair em leves camadas. continuo a sentir ranho nariz acima e nariz abaixo. a garganta está seca, a boca parece pastosa, não tenho quase nenhum palador e o apetite desapareceu. apetece-me ser homem, puxar do escarro e cuspir em direcção a uma coisa qualquer. em suma, estou constipada.

ando com os ilvicos para trás e para a frente, deito-me ao sabor de uma chávena de chá com mel e gemo, num quase ganir, porque sou hiponcondríaca e porque às vezes, muito de vez em quando, lá me vem a imagem da pneumonia atípica à cabeça, e os orientais a entrar no metro com as máscaras na cara.

ai... ai... ai...

quarta-feira, outubro 22, 2003

hoje não me apetece escrever.

há dias assim...

terça-feira, outubro 21, 2003

já não suporto ver a cara do paulo pedroso em tudo quanto é jornal. passei o fim de semana enjoada com a visão da sua cara bolachuda e amarelenta na capa dos jornais e das revistas. aqueles olhos pequeninos e tristonhos, meios míopes já não me causam compaixão alguma... o auge foi espreitar o correio da manhã e vê-lo lá, sentado no seu sofá, na sua casa em s. bento, com um ar compenetrado a fingir que lia o correio da manhã, aberto de par em par, por cima das pernas cruzadas. alguém acredita que o paulo pedroso é um assíduo leitor do correio da manhã??

ou seja, na sua ânsia de se explicar à opinião pública, e esclarecer que nunca abusou sexualmente de meninos da casa pia e que foi preso injustamente, qualquer dia habilitamo-nos a ver o nosso paulo pedroso de t'shirt da nova gente, com um ar lânguido e sedutor, à beira de uma piscina e a beber um coquetail colorido numa mão, enquanto que com outra folheia, com um ar entusiasmado e afável a última edição da dita revista. após o exclusivo da nova gente, seguir-se-á o depoimento emocionado à caras e ainda a a descrição compungente, na primeira pessoa, à lux.

alguém lhe pode dar um calduço naquela nuca e dizer para ir para casa e não fazer mais figura de asno por esses órgãos de comunicação afora? já ninguém o suporta!

estou ansiosa pela próxima sondagem só para ver o estado deste partido socialista (sim, porque em tempo idos houve um outro... melhorzito)! lá virão o ferro, o costa, o alegre e o martins a apelar à tese da cabala, enquanto o soares, o sampaio, o constâncio, o vitorino abanam a cabeça, com um olhar incrédulo e ar derrotista. o guterres não deve saber como posicionar-se: nunca soube...!
em início de mestrado de relações interculturais (fui ontem à primeira aula), fui ver um filme que gostei muito: estranhos de passagem, do stephen frears. este é um filme passado em londres, mas não se vê um britânico, nem se ouve um inglês padronizado. todos os intrevenientes são imigrantes: africanos, indianos, turcos, russos, chineses, legais, ilegais, refugiados, asilados, bons, maus, mortos, vivos, esfacelados, abusados, explorados, ameçados, desesperados, infelizes.

gostei. gostei da história, da justiça salomónica (como diz o manel) do final, da história de amor pouco explicada. gostei.

segunda-feira, outubro 20, 2003

aqui está frio. o polvo insiste em manter o termostato na bolinha vermelha...

o polvo escreveu o seguinte:

"Olá,

Para evitar fazer chamadas num telefone ainda declarado na ADI,
coloquei a linha anteriormente usada pelo Zé Vítor no fax. Já
podemos, por isso voltar a mandar fax. Se alguém ouvir o telefone em
cima da mesa do Zé Vítor tocar, levantem e digam que o número mudou e
que devem usar o xxxxxxxx.

Embora este momento seja difícil para todos, e para evitar mais
aborrecimentos, agradecia que fossem contidos nos telefonemas que
fazem. Ou seja, telefonemas necessários tudo bem. Que possam ser
evitados, não, por favor.
"


imaginem-nos a levantar o auscultador do telefone, onde antigamente se recebia faxes e informar a máquina (que do outro lado faz piiiiiiii, piiiiiiiiiiiii, piiiiiiiii) "por favor, queira ligar para outro número de telefone porque este foi alterado!". em linguagem fax seria piiiiiiiii, pi, piiiii, rtrprimmmmmm, tim, piiiiiiiiiiiiii. estou ansiosa por aprender esta nova linguagem, a linguagem_piiiii_fax, e poder comunicar com todos os faxes do mundo!

e, se por um lado, aprendemos todos a linguagem_piiiii_fax, por outro deixamos de poder telefonar. que entenderá ele por telefonemas necessários? para pais e irmãos? maridos e esposas? será que o meu namorado conta? os meus amigos?? creio que não... para meu grande desgosto. fico reduzida ao telemóvel, eu, uma pobre funcionária na eminência de ser despedida...

este homem, este polvo, este boi (outra simpática alcunha que lhe pusemos porque ele tem mesmo um ar de boi marrão). pelo menos, ultimamente, não tem cheirado a patcholi!

sexta-feira, outubro 17, 2003

Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

Por POR CATARINA GOMES
Sexta-feira, 17 de Outubro de 2003

A pobreza em Portugal estacionou. Embora os bairros de barracas tendam a desaparecer da paisagem nacional, poucas alterações houve no perfil da pobreza e o fenómeno está longe de ser erradicado: um em cada cinco portugueses (cerca de 21 por cento da população) é pobre e os idosos pensionistas continuam a ser o grosso do problema. Os imigrantes e as minorias étnicas são novas categorias de pobres em forte expansão - o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, uma iniciativa das Nações Unidas, é assinalado hoje.

"Se há matéria na qual Portugal apresenta um bloqueio importante em relação aos seus parceiros europeus, é precisamente o da pobreza", defende Luís Capucha, sociólogo do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), especialista na área da pobreza e exclusão social.

Com políticas como o Rendimento Mínimo Garantido, o crescimento do salário mínimo acima dos níveis de inflação, o aumento das pensões mais baixas e o Programa Nacional de Luta Contra a Pobreza, Portugal conheceu uma diminuição da taxa de pobreza na segunda metade da década de 90: em 1995, 23 por cento de portugueses tinham um rendimento inferior ao limiar de pobreza (cerca de 350 euros); desde 1998 até 2000 (o dado mais recente) estacionou nos 21 por cento. Ainda assim, seis pontos acima da média europeia, indicam os dados do Eurostat publicados este ano.

Mas o que se esconde detrás dos números? A visibilidade dos novos pobres aumentou - com o grupo dos imigrantes e minorias étnicas -, mas é a pobreza tradicional que continua a marcar a sociedade portuguesa. Cerca de 30 por cento dos pobres portugueses são idosos pensionistas, cerca de sete por cento são empregados de baixo rendimento, duas categorias de pessoas que passam dificuldades pelo atraso estrutural que continua a caracterizar o país, refere Luís Capucha. As pensões de reforma e o nível de salários encontram-se abaixo do nível de pobreza, reforça Alfredo Bruto da Costa, presidente do Conselho Económico e Social, mas os níveis de privação dos mais pobres têm-se atenuado com as novas medidas sociais, defende.

Ao mesmo tempo, os processos de modernização trouxeram "um grupo de pobres em forte expansão", comenta Luís Capucha: às minorias étnicas tradicionais (ciganos e africanos lusófonos) juntam-se agora um novo grupo de minorias étnicas, acrescenta Rogério Roque Amaro, investigador do ISCTE, autor de "A luta contra a pobreza e a exclusão social em Portugal". Este fenómeno mais recente povoa, sobretudo, espaços urbanos e suburbanos degradados e tem tendência a criar novas tensões sociais, sublinha.

O processo de modernização trouxe também mudanças ao nível das estruturas familiares: as famílias monoparentais femininas são outra categoria em crescimento, têm pouca formação e dificuldades acrescidas para entrar no mercado de trabalho. Em todos os indicadores de pobreza, as mulheres tendem a ser mais vulneráveis do que os homens, refere Luís Capucha.

"Peças de xadrez"

Ao mesmo tempo, a forma como se pretende fazer face ao problema da pobreza nem sempre é a mais indicada. Rogério Roque Amaro cita o mau exemplo dos processos de realojamento em Portugal. "Continuam a fazer-se com base em critérios técnicos e não sociais", o que ajuda a agravar os problemas das zonas desfavorecidas, defende. Os erros do passado repetem-se: as zonas de realojamento continuam a ser estigmatizadas por letras que denunciam a falta de identidade dos locais ("N1, B2...") e, acima de tudo, ignora-se todo o trabalho social feito nos locais de barracas e transferem-se as pessoas apenas de acordo com a correspondência entre as tipologias de apartamentos (T1, T2, T3) e as dimensões das famílias. Resultado: quebram-se todas as redes de vizinhança e associativismo e desenraízam-se as pessoas. Não é, portanto, de estranhar que algumas pessoas digam que se sentiam mais felizes nos locais onde estavam, em barracas, do que nos novos blocos onde são depositados, comenta Roque Amaro. A melhoria aparente das condições de habitabilidade dá lugar à degradação dos ambientes sociais e ao aumento do estigma destes espaços.

No realojamento de pessoas oriundas de bairros-problema pretende-se muitas vezes apenas dispersar, "a salada russa sem critérios", sem dar ouvidos aos técnicos no terreno, dá lugar, por exemplo, à transferência para o mesmo local de grupos rivais, que nos seus locais tinham os seus territórios de tráfico de droga, e ao aumento de violência. "Tratam-se as pessoas como peças de xadrez".

"Estes processos são decisões de gabinete" envoltas em secretismo com receio de aumentar as reivindicações das populações, reforça Roque Amaro. Persiste o espírito de que se lhes está a ser feito um favor e não se insiste na participação quando o protagonismo e participação das populações é essencial, em obediência a recomendações de organismos internacionais, como forma de dar direitos, mas também deveres e responsabilidades, conclui.

in Público

quinta-feira, outubro 16, 2003

afinal não eram gases mas sim azia. eu confundo um bocado os sintomas...! é tudo aqui na zona do peito...
e também sou uma semi-hipocondríaca.
estou a ficar velha...

quarta-feira, outubro 15, 2003

leio que o meu pipi fodeu uma mulher de 70 anos há uns dias atrás. a mulher era virgem.
o meu pipi já tem de meter ácidos para escrever aquelas coisas que ele costuma escrever. ele e mais os 800 gajos que comentaram esse mesmo post... entre os quais, decerto se encontra o meu cunhado...! tenha santa paciência!

ps - não vale a pena fazer o link para o blog acima referido, certo? toda a gente o sabe de cor... eu sei...!
confirma-se. são gases...!

e logo hoje, que vou em excursão para santarém, ao festival gastronómico...

estou fodida...!
para o manel, que está sempre a fazer rewind para voltar a ouvir esta música

La bohème
Charles Aznavour

Je vous parle d'un temps
Que les moins de vingt ans
Ne peuvent pas connaître
Montmartre en ce temps-là
Accrochait ses lilas
Jusque sous nos fenêtres
Et si l'humble garni
Qui nous servait de nid
Ne payait pas de mine
C'est là qu'on s'est connu
Moi qui criait famine
Et toi qui posais nue

La bohème, la bohème
Ça voulait dire on est heureux
La bohème, la bohème
Nous ne mangions qu'un jour sur deux

Dans les cafés voisins
Nous étions quelques-uns
Qui attendions la gloire
Et bien que miséreux
Avec le ventre creux
Nous ne cessions d'y croire
Et quand quelque bistro
Contre un bon repas chaud
Nous prenait une toile
Nous récitions des vers
Groupés autour du poêle
En oubliant l'hiver

La bohème, la bohème
Ça voulait dire tu es jolie
La bohème, la bohème
Et nous avions tous du génie

Souvent il m'arrivait
Devant mon chevalet
De passer des nuits blanches
Retouchant le dessin
De la ligne d'un sein
Du galbe d'une hanche
Et ce n'est qu'au matin
Qu'on s'asseyait enfin
Devant un café-crème
Epuisés mais ravis
Fallait-il que l'on s'aime
Et qu'on aime la vie

La bohème, la bohème
Ça voulait dire on a vingt ans
La bohème, la bohème
Et nous vivions de l'air du temps

Quand au hasard des jours
Je m'en vais faire un tour
A mon ancienne adresse
Je ne reconnais plus
Ni les murs, ni les rues
Qui ont vu ma jeunesse
En haut d'un escalier
Je cherche l'atelier
Dont plus rien ne subsiste
Dans son nouveau décor
Montmartre semble triste
Et les lilas sont morts

La bohème, la bohème
On était jeunes, on était fous
La bohème, la bohème
Ça ne veut plus rien dire du tout


uma das vezes (das muitas vezes) que me apaixonei pelo manel foi ao som desta música, no carro, a olhar para ele, que cantava com um ar sofredor e dramático com a sua voz a arrastar... depois perguntou-me
- percebeste a letra?
balbuciei qualquer coisa tipo
- pois, alguma coisa...
claro que não percebi nada da letra da música! estava toda derretida, encantada a olhar para ele, tinha lá cabeça para reparar na letra...
Il faut savoir
Charles Aznavour

Il faut savoir encore sourire
Quand le meilleur s'est retiré
Et qu'il ne reste que le pire
Dans une vie bête à pleurer

Il faut savoir, coûte que coûte
Garder toute sa dignité
Et malgré ce qu'il nous en coûte
S'en aller sans se retourner

Face au destin qui nous désarme
Et devant le bonheur perdu
Il faut savoir cacher ses larmes
Mais moi, mon c?ur, je n'ai pas su

Il faut savoir quitter la table
Lorsque l'amour est desservi
Sans s'accrocher l'air pitoyable
Mais partir sans faire de bruit

Il faut savoir cacher sa peine
Sous le masque de tous les jours
Et retenir les cris de haine
Qui sont les derniers mots d'amour

Il faut savoir rester de glace
Et taire un c?ur qui meurt déjà
Il faut savoir garder la face
Mais moi, mon c?ur, je t'aime trop

Mais moi, je ne peux pas
Il faut savoir mais moi
Je ne sais pas...
perguntas directas para a rn:

- rita, achas que o milolity report tem um blog?
- já o procuraste alguma vez?
- caso nunca te tenha passado isto pela cabeça, vais começar a procurar as suas palavras sábias pela blogesfera afora?


a esta altura sussurras entre dentes esta puta...!
estou com gases. ou com mais uma crise de reumático... ainda não percebi. mas estou mesmo mais inclinada para os gases. porra, e eu que já não ando com o aero-om na carteira... merda!

terça-feira, outubro 14, 2003

pois é...

1997 - nova iorque


1998 e 1999 - goa


1999 - rio de janeiro


... é a vida.
porque é que nos blogs brasileiros fica bem dizer (escrever) puta, caralho e foda em cada linha e eu me sinto uma mal educada, uma ordinária só por ter mandado um deputado à merda, ali nos comentários? sou mesmo estúpida!
texto do link para quem quer deixar de receber as propostas do rogério:

Tem mesmo a certeza de que não quer receber as nossas últimas novidades?

Ao solicitar-nos a interrupção deste serviço, estará a perder a oportunidade privilegiada de conhecer, em primeira mão, os últimos lançamentos das Selecções do Reader's Digest, entre outros produtos exclusivos, escolhidos a pensar nas suas preferências.

Além disso, pense em todos os benefícios que estará a recusar: a possibilidade de participar nos nossos Concursos e habilitar-se a ganhar valiosos prémios, a oportunidade de receber aliciantes Brindes Grátis e ainda de poder beneficiar de um sistema de Crédito Gratuito, para efectuar pagamentos em suaves mensalidades, sem juros. Um conjunto de vantagens exclusivas que apenas poderá encontrar nas Selecções do Reader's Digest!

Por tudo isto, temos a certeza de que vai reconsiderar a sua decisão.

Como vê, tem tudo a ganhar!



quando me perguntaram "quer manter o seu nome na lista?", carreguei no não e senti-me uma mulher mais inteligente...
recebi neste preciso momento um mail de um senhor chamado rogério carvalho, director de serviços e-business das selecções do reader's digest, que reza assim:

Subject: CHAMADA FINAL
From: Rogério Carvalho

Há dias recebeu uma mensagem que lhe dava a oportunidade de ganhar valiosos prémios. Venho agora dizer-lhe que a chamada final para a confirmação do seu nome como potencial vencedor teve início neste exacto momento. Não espere mais: clique já em www.etapafinal.com , pois os prazos de habilitação estão quase a terminar.

Aproveite esta última oportunidade de ganhar um prémio de 225.000 euros e, quem sabe, um espectacular BMW Série 5 - siga o meu conselho e digite www.etapafinal.com. Ainda está a tempo de juntar o seu nome à lista dos grandes vencedores dos sorteios das Selecções!

Se não desejar receber mais notícias sobre as nossas ofertas e serviços, incluindo a oportunidade de ganhar valiosos prémios, ou se foi inadvertidamente contactado, clique aqui.

Se desejar receber outras informações sobre a presente oferta, clique aqui.


primeiro, como é que esta gente tem acesso ao meu endereço de mail? segundo, enviam uma carta personalizada, com o meu nome... quem é que tem paciência para digitar todos estes nomes...? terceiro, eles acreditam que vou clicar imediatamente, ansiosamente no link da etapa final? quarto, se eu, uma perfeita demente, quiser parar de receber estes emails, tenho consciência da oportunidade de ouro que escorrega das minhas mãos e que me permite ganhar prémios valiosos em dinheiro e em bens?!

tenho medo de clicar no link, que me vai tornar numa mulher louca e que, em vez de perder um bmw série 5, me convençam a dar a morada de casa, o nº do cartão cartão de crédito e todo o dinheiro que tenho no banco... é porque estes estes fulanos são muitos persuasivos! são os gurus do marketing directo!


segunda-feira, outubro 13, 2003

afinal, os almoços e os jantares não têm assim tanta importância. aprendi isso este fim de semana. às vezes dói não estar lá, não ser convidado.

- queres vir?
- pode ser...!


afinal, há coisas que doem muito mais.


jantar. sexta-feira à noite. praça da alegria. comida temperada e perfumada. comida saborosa. surpresa!

o aniversário da vera.

sexta-feira, outubro 10, 2003

está-me a nascer um mega furúnculo no queixo. não prevejo um grande fim-de-semana...

quinta-feira, outubro 09, 2003

brel

Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-là
Qui ont vue deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire

Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas


quarta-feira, outubro 08, 2003

sempre fui uma mulher de esquerda. ou pelo menos, sempre me considerei uma mulher de esquerda. sou ainda uma mulher de esquerda. mas, ultimamente anda-me a fugir o pezinho para um centro cada vez mais de direita. a coloração esbatida de um rosa velho tem vindo a adoptar um espectro mais vivo, mais laranja. estas coisas não deviam acontecer. não sou bem como o sr. durão barroso mas caramba... assustada, começo a ver que para lá caminho.

mas creio haver uma explicação para esta minha tendência: é uma reacção de repulsão às lulas socialistas (aquelas que cacarejam, que seguem o idiota do polvo e que se consideram de esquerda). não posso mais ouvir o seu cacarejar diário contra o governo. diariamente se congratulam e celebram a sucessiva queda dos ministros. não percebem que embora lhes dê uma satisfação política, que é péssimo para o país. precisamos de estabilidade e não de convulsão política... (lá estou eu a fugir para o conservadorismo...!) confesso que fico louca, com vontade de soltar a social democrata que (ao que parece) há em mim e vomitar-lhes todo o sumo de laranja que me sufoca. apetece-me abana-las com forças, dar-lhes estalos para ver se os fusíveis nas suas cabecinhas ocas fazem algum contacto!

sou um bocadinho do contra e muitas vezes discuto essencialmente por paixões... ou ódios... em vez de razões. o meu ódio por esta coisa onde trabalho é já tão visceral, a minha vontade espantar o polvo para outras águas é tão forte que acabo por assumir e sentir as políticas deste governo só porque me coloca numa posição oposta a esta gente.

sou uma mulher de esquerda mas com um pezinho a fugir-me para a direita porque destilo ódios contra umas lulas que se consideram de esquerdas, mas que não passam de umas idiotas.

ou seja, sou uma mulher de esquerda mas uma gaja às direitas!
a tampa do depósito do óleo do meu carro desapareceu. dei pelo sucedido ontem, depois de olhar espantada o interior do carro e verificar que o motor tinha uma mancha que escorregava quase até ao chão. não sei quando é que isso foi (o desaparecimento da dita) mas tenho pena do meu carro, assim mutilado. vou sair agora e comprar uma tampa, para substituir aquela outra, fugitiva...

o meu carro tem por nome de combate raio trovão azul. fica-lhe a matar!

terça-feira, outubro 07, 2003

há uma coisa que não percebo: porque é que andam sempre a felicitar as pessoas que chegam ou retornam à bloguesfera?

"fulano tal já chegou à bloguesfera: bem-vindo!"
"sicrano retornou de férias! bem-vindo!"
"beltrano está fora porque foi a um casamento/ conferência/ casa de banho. vamos sentir muito a sua falta. quando voltar, vamos todos dizer em uníssono:bem-vindo!"

a mim ainda niguém me deu as boas vindas. porquê?
quando andava na universidade ouvia muito mais música do que ouço agora. descobri o sérgio godinho ao longo desses anos. era sempre uma excitação quando uma de nós, eu ou a minha irmã, comprava um álbum novo. os primeiros foram ainda em vinil, uns discos grandes, pretos, brilhantes, riscados, frágeis. às vezes comprava um single que descobria ao acaso numa discoteca e oferecia-o à minha irmã que, no fundo, foi a minha mentora nestas coisa de gostar, de amar música. não consigo decidir qual a minha música preferida do sérgio godinho. há umas que me fazem arrepiar os cabelinhos da nuca, outras deixam-me no peito uma dor indefinível, algumas fazem-me sentir que a vida é bonita e é bonita! de há um tempo para cá, uma canção em particular tem soado na minha cabeça quase todos os dias, que fala de uma rapariga que gosta de jogar matraquilhos num bairro qualquer em lisboa e que se tornou o mote, a inspiração do blog da minha irmã.

a minha irmã.

a minha irmã...

também me espanta o amor que sinto por ela. também ele é devoto. incondicional. daqueles que dói no peito de tanto pesar.
ontem, pela primeira vez, ouvi o irmão do meio, o novo (quase velho) álbum do sérgio godinho. foi um imenso prazer. ouvi-o a sussurrar o amanhecer com o caetano veloso, a colocar a mão em V com os da waesel e o gabriel o pensador, a arribar o barbabé com o vitorino, a mudar de assunto com o jorge palma, a medir forças com o josé mário branco, a dançar com os clã, a cacarejar com o rui veloso.

gostei tanto que quase me doía o peito. sinto-o dorido ainda agora. fico meia espantada com esta capacidade de amar assim letras, músicas, melodias, vozes, arranjos. sou uma devota. incondicional.

segunda-feira, outubro 06, 2003

ei-los, os autores da canção abaixo mencionada. só mesmo em portugal é que uma banda punk formada em 82 lança o seu primeiro álbum em 1990 e faz sucesso...!
não percebo... não consigo abrir a página deste blog até ao fim e o dia de semana está ligeiramente chegado para a direita. o que é que se passa? e porque é que eu não fui para informática?!

sim, porque se tivesse ingressado num desses cursos cheios de números, infinitos, forças e componentes não estaria para aqui jogada, à espera que o durão barroso convide (e que alguém aceite...) o próximo ministro da ciência e da tecnologia, para que essa excelentíssima personagem assine de uma vez por todas o despacho que garanta o meu despedimento. porra!

mas se calhar... se tivesse ido para informática... não tinha metade da piada! ;)

presunção e água benta, susana, é o que tu precisas!

é a loucura de estar para aqui sem nada para fazer... (e por favor que ninguém continue a frase anterior ao som daquela música horrorosa que tinha como refrão "a minha sogra é um boi").
então, mana...?? estás a falhar!

sexta-feira, outubro 03, 2003

ontem reconcilei-me com a maria bethânia. de há uns anos para cá andava meio aborrecida, um pouco farta, cansada das suas canções de amor amargas, tristes, assassinas. talvez as tivesse sentido demasiado, talvez não as compreendesse.

bastou-me ouvir o seu primeiro murmúrio de voz para perceber como sou grande cretina.

apaixonei-me por completo. reapaixonei-me. adoro-a. é linda.

só vos digo ums coisa: há loiras mesmo muito burras...!

porque é que no w.bloggar não tenho este campo do título?ajuda?

alguém me ajuda?
Sem Fantasia
(Chico Buarque)

Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer
Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perder-te em meus braços
Pelo amor de Deus
Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu


Ah, eu quero te dizer
Que o instante de te ver
Custou tanto penar
Não vou me arrepender
Só vim te convencer
Que eu vim pra não morrer
De tanto te esperar
Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar
Eu quero te mostrar
As marcas que ganhei
Nas lutas contra o rei
Nas discussões com Deus
E agora que cheguei
Eu quero a recompensa
Eu quero a prenda imensa
Dos carinhos teus


1967 - Composta para a peça Roda Viva

Teresinha
(Chico Buarque)

(...)
O terceiro me chegou
Como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada
Também nada perguntou
Mal sei como ele se chama
Mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração


1977 - Ópera do Malandro

ontem, no coliseu, a maria bethânia e o gilberto gil explodiram o meu coração.

quinta-feira, outubro 02, 2003

para casar na índia

dos meus primos direitos da parte do meu pai, sou a única solteira e não procriadora. calculo que as minhas tias estejam já a ficar preocupadas e que os meus paisdeseperem por esses lindos dias (o do casar e o do gerar). já não devem saber o que dizer quando chegam a goa, ano após ano...

diálogo imaginário entre a minha mãe e a minha tia maria, no segundo dia de férias, logo após a minha tia perguntar...

- and susana, how is she?
- pois, a susaninha está óptima! fine, fine...
-...
- ela namora com um rapaz que gostamos muito. é advogado em lisboa. a clarinha estagiou com ele!
-...
- sim, sim, é muito simpático e já foi lá a casa!
-...
- a susaninha? bom, ela já comprou uma casinha. é pequenina, coitadinha, mas muito jeitosinha. vê lá tu que comprou os móveis todos por menos de 400 contos...! coitadinha...
-...
- pois... ela agora está lá a morar.
-...
- sim, sozinha...
-...
- o namorado?? não, não... ele só lá vai jantar, para lhe fazer companhia à noite, coitadinha...!
-...
- pois... deve estar próximo, o casamento. nós gostavamos muito!


a minha mãe vai mentir com os dentes todos que tem na boca... e olhem que são muitos! coitadinha...



meu deus... o que é isto?!

http://www.rosachoque.blogspot.com/

nunca vi nada tão mau... que género de pessoas serão estas?! este martim da cunha e este hugo van zeller? estes senhores andaram numa faculdade? frequentaram um curso superior? não acredito! já viram bem a fuça do martim? quantas horas terá ele posado pela tirar aquela singela foto, que exprime toda a sua venerada inteligência?... devia estar a pensar mutante josé castelo-branco ou na elsa raposo!

minh'alma está pasma...!

não há por aí nenhum hacker que apague esta merda!?

quarta-feira, outubro 01, 2003

para quem quiser saber a explicação sobre o nome deste blog... está na coluna aqui do lado!

na parte inferior do ecrã do computador do trabalho tenho um postal que é uma fotografia de uma imagem do ganesh, em pedra, com uma barriga, grande, redonda, volumosa. faz-me lembrar uma outra, que normalmemte encontro em casa. acho que me apaixonei por barrigas volumosas, grandes, redondas. e é de família... sei que um dia vou ter uma barriga assim - enorme, global e lisa - quando ficar grávida. e vou-me sentir muito mais bonita!

para quem me perguntou hoje "que raio quererá dizer ganesh?", espero tê-lo esclarecido!