terça-feira, setembro 30, 2003
uma mulher acaba de me chamar filhotinha. filhotinha... detesto que me chamem filha, f'ia, e muito menos filhotinha! mas acham que sou o quê? uma miúda de liceu? a tipa deveria, no mínimo, chamar-me se minha senhora...! porra! deve ser quase uma década mais velha que ela... e senão... tenho pelo menos mais duas décadas de escolaridade em cima! (lá estou eu com este meu esquerdismo-caviar). juro que este será o meu último ano sem sapatos de salto... este ano locomoverei-me no cimo de saltos tipo agulha, com o mínimo de 10 cms... porra!
hoje descobri um blog diferente. diferente dos outros por onde me costumava passear virtualmente. é um blog diferente: não tem o propósito de expor opiniões de opinion makers (é redundante, eu sei, mas intenção é mesmo essa), não deseja espelhar a inteligência inquestionável de alguém, ou a sua pertinácia verrinosa. carece de convicções políticas. é, por isso, um blog simples, discreto, agradável. é bonito pelo seu conteúdo, que pode ou não agradar ou interessar a todos. tem um propósito, um objectivo. não pretende ser uma peça literária, e chega mesmo a ter uma linguagem profissional, informal, quase seca... à excpção de uns desenhos, comoventes, inocentes, bonitos.
enquanto me passeava por estes blogs, senti-me quase sufocada pelas magnas opiniões, as brilhantes sugestões, os esclarecedores comentários e os entusiasmados discursos dos seus utilizadores. é muita informação, ninguém consegue absorver aquilo tudo. sozinhos ou em grupo, eles invadem o espaço virtual e são seguidos por legiões de fãs, que já não conseguem iniciar o seu dia sem ler o último post do(s) seu(s) blog(s) preferido(s). os fãs devem ler os posts enquanto mexem o café, quase com a mesma atenção que dedicam à espreitadela horária ao sítio do público. confesso que estes homens e mulheres me inibem um bocadinho, porque também os imagino a vaguear por aqui e por ali, seguindo os seus ratos, e a dar de caras (vá-se lá saber como!) com os meus modestos e frequentemente histéricos escritos... e não sei se me apetece... se me apetece que eles me leiam assim (que presunção, pensarão todos vocês... tb acho que sim - que presunçosa, susa! não te fica bem... mas não é bem presunção: é mais receio!).
descobri ainda que existe uma lista... uma lista, com um top 25, com inbounds (que é isto?), com números, com outbounds... veio-me logo à cabeça a imagem do top mais, e dos partenaires que o apresentam, jovens, bonitos, cools. daqui a uns tempos, começaremos a assistir na sic radical ou em qualquer outra coisa parecida um top mais dos blogs e espantaremo-nos por o abrupto estar em primeiro lugar há já tanto tempo... e lembraremos o tempo que o stevie wonder esteve na posição cimeira com aquela linda melodia: i just call to say i love. e desesperaremos...
enquanto me passeava por estes blogs, senti-me quase sufocada pelas magnas opiniões, as brilhantes sugestões, os esclarecedores comentários e os entusiasmados discursos dos seus utilizadores. é muita informação, ninguém consegue absorver aquilo tudo. sozinhos ou em grupo, eles invadem o espaço virtual e são seguidos por legiões de fãs, que já não conseguem iniciar o seu dia sem ler o último post do(s) seu(s) blog(s) preferido(s). os fãs devem ler os posts enquanto mexem o café, quase com a mesma atenção que dedicam à espreitadela horária ao sítio do público. confesso que estes homens e mulheres me inibem um bocadinho, porque também os imagino a vaguear por aqui e por ali, seguindo os seus ratos, e a dar de caras (vá-se lá saber como!) com os meus modestos e frequentemente histéricos escritos... e não sei se me apetece... se me apetece que eles me leiam assim (que presunção, pensarão todos vocês... tb acho que sim - que presunçosa, susa! não te fica bem... mas não é bem presunção: é mais receio!).
descobri ainda que existe uma lista... uma lista, com um top 25, com inbounds (que é isto?), com números, com outbounds... veio-me logo à cabeça a imagem do top mais, e dos partenaires que o apresentam, jovens, bonitos, cools. daqui a uns tempos, começaremos a assistir na sic radical ou em qualquer outra coisa parecida um top mais dos blogs e espantaremo-nos por o abrupto estar em primeiro lugar há já tanto tempo... e lembraremos o tempo que o stevie wonder esteve na posição cimeira com aquela linda melodia: i just call to say i love. e desesperaremos...
ETELVINA
Etelvina com seis meses já se tinha de pé
foi deixada num cinema depois da matinée
com um recado na lapela que dizia assim
quem tomar conta de mim
quem tomar conta de mim
saiba que fui vacinada
saiba que sou malcriada
Etelvina com dezasseis anos já conhecia
todos os reformatórios da terra onde vivia
entregaram-na a uma velha que ralhava assim
ai menina sem juízo
nem mereces um sorriso
vais acabar num bueiro
sem futuro nem dinheiro
Eu durmo sozinha à noite
vou dormir à beira rio à noite à noite
acocorada com o frio à noite à noite
Etelvina era da rua como outros são do campo
sua cama era um caixote sem paredes nem tampo
sua janela uma ponte que dizia assim
dentro das minhas cidades
já não sei quem é ladrão
se um que anda fora das grades
se outro que está na prisão
Etelvina só gostava era de andar pela cidade
a semear desacatos e a colher tempestade
a meter com os ricaços a dizer assim
você que passa de carro
ferre aqui a ver se eu deixo
venha cá que eu já o agarro
dou-lhe um pontapé no queixo
Eu durmo sozinha à noite ...
Etelvina já cansada de viver sem ninguém
a não ser de vez em quando amores de vai e vem
pôs um anúncio no jornal que dizia assim
mulher desembaraçada
quer viver com alma irmã
de quem não seja criada
de quem não seja mamã
Etelvina já sabia que não ia encontrar
nem um príncipe encantado nem um lobo do mar
só alguém com quem pudesse dizer assim
o amor já não é cego
abre os olhinhos à gente
faz lutar com mais apego
a quem quer vida diferente
O seu homem encontrou-o à noite
a dormir à beira rio à noite à noite
acocorado com o frio à noite à noite
Sérgio Godinho - À Queima Roupa
1974
Etelvina com seis meses já se tinha de pé
foi deixada num cinema depois da matinée
com um recado na lapela que dizia assim
quem tomar conta de mim
quem tomar conta de mim
saiba que fui vacinada
saiba que sou malcriada
Etelvina com dezasseis anos já conhecia
todos os reformatórios da terra onde vivia
entregaram-na a uma velha que ralhava assim
ai menina sem juízo
nem mereces um sorriso
vais acabar num bueiro
sem futuro nem dinheiro
Eu durmo sozinha à noite
vou dormir à beira rio à noite à noite
acocorada com o frio à noite à noite
Etelvina era da rua como outros são do campo
sua cama era um caixote sem paredes nem tampo
sua janela uma ponte que dizia assim
dentro das minhas cidades
já não sei quem é ladrão
se um que anda fora das grades
se outro que está na prisão
Etelvina só gostava era de andar pela cidade
a semear desacatos e a colher tempestade
a meter com os ricaços a dizer assim
você que passa de carro
ferre aqui a ver se eu deixo
venha cá que eu já o agarro
dou-lhe um pontapé no queixo
Eu durmo sozinha à noite ...
Etelvina já cansada de viver sem ninguém
a não ser de vez em quando amores de vai e vem
pôs um anúncio no jornal que dizia assim
mulher desembaraçada
quer viver com alma irmã
de quem não seja criada
de quem não seja mamã
Etelvina já sabia que não ia encontrar
nem um príncipe encantado nem um lobo do mar
só alguém com quem pudesse dizer assim
o amor já não é cego
abre os olhinhos à gente
faz lutar com mais apego
a quem quer vida diferente
O seu homem encontrou-o à noite
a dormir à beira rio à noite à noite
acocorado com o frio à noite à noite
Sérgio Godinho - À Queima Roupa
1974
importa-se de repetir, por favor...
in Público de hoje
ha! duas miúdas de 14 anos conspiraram para matar o rei de marrocos... coitadinho! à mercê das mãos sanguinárias dessas duas rapariguitas malvadas...!
Três Adolescentes Marroquinas Acusadas de "Conspiração Contra o Rei"
Terça-feira, 30 de Setembro de 2003
O tribunal de Rabat preparava-se ontem para retomar o processo de três adolescentes marroquinas, onde se incluem duas irmãs gémeas com 14 anos, sob as quais recaem graves acusações, com destaque para a tentativa de "organização de uma conspiração contra o rei" Mohammed VI e planificação de "ataques-suicidas" contra o Parlamento.
As gémeas, que comparecem em companhia de uma terceira menor, vão ser julgadas com um grupo de 20 presumíveis integristas, com idades entre os 22 e os 32 anos, todos implicados no projecto de atentado contra um supermercado em Suissi, um bairro residencial da capital que vende bebidas alcoólicas, e ainda numa "conspiração" de contornos muito vagos "contra a pessoa do rei e a família real".
Numa confirmação sobre a especificidade deste caso, as autoridades marroquinas decidiram que as três adolescentes vão ser julgadas à margem dos restantes suspeitos, que segundo a polícia estão envolvidos na "conspiração". De acordo com a AFP, os processos vão decorrer à porta fechada.
As três raparigas foram detidas no início de Setembro, e as autoridades policiais dizem ter sido alertadas após as três raparigas solicitarem ao imã local que sancionasse as supostas acções terroristas. As três jovens terão sido detidas "apenas alguns dias antes" da concretização do suposto regicídio.
Segundo refere o correspondente da BBC em Rabat, este processo está a originar reacções contraditórias, com diversos sectores da sociedade marroquina a apontá-lo como uma confirmação da séria ameaça do islamismo radical no país. Estas prisões inserem-se numa vasta campanha contra os sectores islamistas radicais marroquinos após a aprovação de uma nova lei anti-terrorista, justificada pelos atentados de Maio passado em Casablanca que vitimaram 45 pessoas, incluindo 12 bombistas-suicidas.
No entanto, diversos sectores também questionam a capacidade de três adolescentes de origem humilde em organizar a audaciosa acção de que são acusadas. Diversos "media" têm publicado reportagens sobre a vida de Imane e Sanae al Ghariss, as duas gémeas "terroristas" que nasceram em 1989 de "pai desconhecido", foram remetidas "à mendicidade" nas ruas de Rabat e que, segundo alguns testemunhos, "ficaram fascinadas" com os atentados de 11 de Setembro de 2001 contra os Estados Unidos.
P. C. R.
Terça-feira, 30 de Setembro de 2003
O tribunal de Rabat preparava-se ontem para retomar o processo de três adolescentes marroquinas, onde se incluem duas irmãs gémeas com 14 anos, sob as quais recaem graves acusações, com destaque para a tentativa de "organização de uma conspiração contra o rei" Mohammed VI e planificação de "ataques-suicidas" contra o Parlamento.
As gémeas, que comparecem em companhia de uma terceira menor, vão ser julgadas com um grupo de 20 presumíveis integristas, com idades entre os 22 e os 32 anos, todos implicados no projecto de atentado contra um supermercado em Suissi, um bairro residencial da capital que vende bebidas alcoólicas, e ainda numa "conspiração" de contornos muito vagos "contra a pessoa do rei e a família real".
Numa confirmação sobre a especificidade deste caso, as autoridades marroquinas decidiram que as três adolescentes vão ser julgadas à margem dos restantes suspeitos, que segundo a polícia estão envolvidos na "conspiração". De acordo com a AFP, os processos vão decorrer à porta fechada.
As três raparigas foram detidas no início de Setembro, e as autoridades policiais dizem ter sido alertadas após as três raparigas solicitarem ao imã local que sancionasse as supostas acções terroristas. As três jovens terão sido detidas "apenas alguns dias antes" da concretização do suposto regicídio.
Segundo refere o correspondente da BBC em Rabat, este processo está a originar reacções contraditórias, com diversos sectores da sociedade marroquina a apontá-lo como uma confirmação da séria ameaça do islamismo radical no país. Estas prisões inserem-se numa vasta campanha contra os sectores islamistas radicais marroquinos após a aprovação de uma nova lei anti-terrorista, justificada pelos atentados de Maio passado em Casablanca que vitimaram 45 pessoas, incluindo 12 bombistas-suicidas.
No entanto, diversos sectores também questionam a capacidade de três adolescentes de origem humilde em organizar a audaciosa acção de que são acusadas. Diversos "media" têm publicado reportagens sobre a vida de Imane e Sanae al Ghariss, as duas gémeas "terroristas" que nasceram em 1989 de "pai desconhecido", foram remetidas "à mendicidade" nas ruas de Rabat e que, segundo alguns testemunhos, "ficaram fascinadas" com os atentados de 11 de Setembro de 2001 contra os Estados Unidos.
P. C. R.
in Público de hoje
ha! duas miúdas de 14 anos conspiraram para matar o rei de marrocos... coitadinho! à mercê das mãos sanguinárias dessas duas rapariguitas malvadas...!
segunda-feira, setembro 29, 2003
You Can't Always Get What You Want
(Jagger/Richards)
I saw her today at the reception
A glass of wine in her hand
I knew she was gonna meet her connection,
At her feet was her foot-loose man.
And you can't always get what you want,
Honey, you can't always get what you want
You can't always get what you want
But if you try sometime, yeah,
You just might find you get what you need!
We went down to the demonstration to get our fair share of abuse,
Singing, "We gonna vent our frustration"
If we don't we'll blow a fifty amp fuse
So, I went to the Chelsea Drugstore to get your prescription filled
I was standing in line with my friend, Mr. Jimmy
And man, did he look pretty ill
We decided that we would have a soda,
My fav'rite flavor was cherry red
I sing this song to my friend, Jimmy,
And he said one word to me and that was "dead"
And you can't always get what you want, honey
You can't always get what you want
You can't always get what you want
But if you try sometime, yeah,
You just might find you get what you need!
I saw her today at the reception
In her glass was a bleeding man
She was practised at the art of deception,
I could tell by her blood-stained hands
And you can't always get what you want, honey
You can't always get what you want
You can't always get what you want,
But if you try sometime, yeah,
You just might find you get what you need!
And you can' always get what you want, honey,
You can't always get what you want,
You cant always get what you want,
But if you try sometime, yeah,
You just might find you get what you need!
esta é uma das minha músicas preferidas. por acaso (ou talvez não) é dos rolling stones. tocaram-na no concerto. embora a tenha cantado aos berros, na realidade ouvia dentro da minha cabeça a versão do filme "Os Amigos de Alex" (um dos meus filmes preferidos), tocado em órgão de igreja e com vozes de coro... arrepia-me os cabelinhos da nuca só de pensar na cena do cemitérios ao som da música. também me lembro que havia um programa de rádio, penso que na rfm, que tinha esta versão da música no spot de apresentação.
de facto... qual o limite de amor, sexo, humor e amizade para cada pessoa?
(Jagger/Richards)
I saw her today at the reception
A glass of wine in her hand
I knew she was gonna meet her connection,
At her feet was her foot-loose man.
And you can't always get what you want,
Honey, you can't always get what you want
You can't always get what you want
But if you try sometime, yeah,
You just might find you get what you need!
We went down to the demonstration to get our fair share of abuse,
Singing, "We gonna vent our frustration"
If we don't we'll blow a fifty amp fuse
So, I went to the Chelsea Drugstore to get your prescription filled
I was standing in line with my friend, Mr. Jimmy
And man, did he look pretty ill
We decided that we would have a soda,
My fav'rite flavor was cherry red
I sing this song to my friend, Jimmy,
And he said one word to me and that was "dead"
And you can't always get what you want, honey
You can't always get what you want
You can't always get what you want
But if you try sometime, yeah,
You just might find you get what you need!
I saw her today at the reception
In her glass was a bleeding man
She was practised at the art of deception,
I could tell by her blood-stained hands
And you can't always get what you want, honey
You can't always get what you want
You can't always get what you want,
But if you try sometime, yeah,
You just might find you get what you need!
And you can' always get what you want, honey,
You can't always get what you want,
You cant always get what you want,
But if you try sometime, yeah,
You just might find you get what you need!
esta é uma das minha músicas preferidas. por acaso (ou talvez não) é dos rolling stones. tocaram-na no concerto. embora a tenha cantado aos berros, na realidade ouvia dentro da minha cabeça a versão do filme "Os Amigos de Alex" (um dos meus filmes preferidos), tocado em órgão de igreja e com vozes de coro... arrepia-me os cabelinhos da nuca só de pensar na cena do cemitérios ao som da música. também me lembro que havia um programa de rádio, penso que na rfm, que tinha esta versão da música no spot de apresentação.
de facto... qual o limite de amor, sexo, humor e amizade para cada pessoa?
sexta-feira, setembro 26, 2003
pronto... estou comovida até às lágrimas.
(agora vou ser como a minha mãe) eu também te amo, mana!
é tão bom ter estes sentimentos parolos e idiotas quando se tem uma irmã assim... uma alma gémea! (apetecia-me estar com o meu braço por cima dos ombros dela e que o braço dela estivessem por cima dos meus ombros :)
lá vou eu a saltitar duplamente para casa!
(agora vou ser como a minha mãe) eu também te amo, mana!
é tão bom ter estes sentimentos parolos e idiotas quando se tem uma irmã assim... uma alma gémea! (apetecia-me estar com o meu braço por cima dos ombros dela e que o braço dela estivessem por cima dos meus ombros :)
lá vou eu a saltitar duplamente para casa!
hoje vim trabalhar. despachei o que tinha a despachar antes das quatro. agora espero. espero. espero. espero pelo polvo e as suas correcções exaustivas mas pouco inteligentes. ele gosta muito de incutir o seu cunho em tudo... rica, escreve por cima, altera vírgulas, volta a corrigir, olha de longe, semicerra os olhos e ao fim de horas de espera, dá o seu trabalho por terminado.
hoje o desespero apoderou-se de nós, os juniores, como o polvo tanto gosta dizer. houve gargalhadas histéricas na cozinha, troca de emails desesperados, caretas, olhares de lado, desinteresse total. qualquer dia, qualquer dia damos os grito do ipiranga e vamos embora... todos, qual multidão revolucionária, operariado descontente e massa estudantil acéfala (tenho uma terrível inveja dos universitários por isso dá-me um especial prazer insultá-los).
é sexta-feira. é o que me vale... esta semana já não aguentava muito mais. tenho vontade de partir as fuças a alguém... estou a tornar-me uma mulher violenta... ando sempre com esgares de desprezo estampados na cara. estou farta. farta. farta. farta. farta.
sou uma chata com esta conversa de merda, não sou?
hoje o desespero apoderou-se de nós, os juniores, como o polvo tanto gosta dizer. houve gargalhadas histéricas na cozinha, troca de emails desesperados, caretas, olhares de lado, desinteresse total. qualquer dia, qualquer dia damos os grito do ipiranga e vamos embora... todos, qual multidão revolucionária, operariado descontente e massa estudantil acéfala (tenho uma terrível inveja dos universitários por isso dá-me um especial prazer insultá-los).
é sexta-feira. é o que me vale... esta semana já não aguentava muito mais. tenho vontade de partir as fuças a alguém... estou a tornar-me uma mulher violenta... ando sempre com esgares de desprezo estampados na cara. estou farta. farta. farta. farta. farta.
sou uma chata com esta conversa de merda, não sou?
quarta-feira, setembro 24, 2003
Eu sei que vou te amar
Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida, eu vou te amar
Em cada despedida, eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Pra te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua, eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta tua ausência me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida
vinicius de moraes
já era noite. ou anoitecia. estava no carro, ouvia esta música. tinha-a gravado durante um agosto que passei a trabalhar. nunca senti tanto uma música como nesse momento. sentia a minha mão na mão do manel, olhava para ele enquanto a estrada descorria à nossa frente. ele voltava de longe, muito longe... um longe de dias, de minutos, de segundos, não de espaços, de distâncias. nunca senti tanto uma música como nesse momento...
por toda a minha vida, eu vou-te amar
desesperadamente
eu sei que vou te amar
a cada tua ausência, eu vou chorar
eu sei que vou sofrer
a eterna desventura de viver
à espera de viver ao lado teu
por toda a minha vida
...nem como agora.
Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida, eu vou te amar
Em cada despedida, eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Pra te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua, eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta tua ausência me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida
vinicius de moraes
já era noite. ou anoitecia. estava no carro, ouvia esta música. tinha-a gravado durante um agosto que passei a trabalhar. nunca senti tanto uma música como nesse momento. sentia a minha mão na mão do manel, olhava para ele enquanto a estrada descorria à nossa frente. ele voltava de longe, muito longe... um longe de dias, de minutos, de segundos, não de espaços, de distâncias. nunca senti tanto uma música como nesse momento...
por toda a minha vida, eu vou-te amar
desesperadamente
eu sei que vou te amar
a cada tua ausência, eu vou chorar
eu sei que vou sofrer
a eterna desventura de viver
à espera de viver ao lado teu
por toda a minha vida
...nem como agora.
A rosa de Hiroxima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
poesia de vinicius de moraes, cantada pela maravilhosa voz do ney matogrosso.
confessem que já estão a cantarolar mentalmente esta linda musica... eu só de me lembrar, fico toda arrepiada.
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
poesia de vinicius de moraes, cantada pela maravilhosa voz do ney matogrosso.
confessem que já estão a cantarolar mentalmente esta linda musica... eu só de me lembrar, fico toda arrepiada.
terça-feira, setembro 23, 2003
segunda-feira, setembro 22, 2003
fui a uma discoteca no sábado. a uma, não... a duas. ao tóquio e ao jamaica. bebi demais e no jamaica sentia-me cair, desequilibrada, sem um ponto claro de gravidade. escorregou-me uma garrafa de cerveja quase cheia para o chão (mas isso em mim é normal... não é a primeira vez que me acontece) e lembro-me de ouvir o marco a dizer-me, com os seus olhos redondos "não bebas mais, susana...". não bebi mais mas continuei bêbeda. saltava para cima do manel, tentava trepar para cima dele, sujei-lhe as calças. à saída, já depois das 6 da manhã, olhei para os meus pés. as unhas estavam pretas, os pés sarapintados de sujidade escura. não, os meus não eram uns pés sexys quando me deitei na cama quase lavada de véspera. adormeci com a imagem dos meus pés, a sentir falta do manel ao meu lado, a interrogar-me sobre onde ele andaria. não o senti deitar-se ao meu lado, não o vi olhar para mim. mas imagino. gosto de imaginá-lo a olhar para mim, meia bebida, com os pés sujos, deitada na cama.
porque é que de manhã, à primeira garfada de salada de frutas, nos dá esta vontade súbita e quase violenta de ir à casa de banho? o que é isto... cólicas intestinais, espasmos, contracções, gases?!!
é bom ir à casa de banho... vamo-nos deixar de merdas e chamar os nomes às coisas: cagar, fazer cócó. pronto, fazer um cócó matinal... é bom mas porque estas reacções todas?os esgares, a ânsia no caminho até à casa de banho...
caramba. tenho aqui duas gajas que só falam sobre formação... no meio desta conversa, quem é que consegue escrever sobriamente sobre o acto cagatório? não há cu p'a isto... ;)
é bom ir à casa de banho... vamo-nos deixar de merdas e chamar os nomes às coisas: cagar, fazer cócó. pronto, fazer um cócó matinal... é bom mas porque estas reacções todas?os esgares, a ânsia no caminho até à casa de banho...
caramba. tenho aqui duas gajas que só falam sobre formação... no meio desta conversa, quem é que consegue escrever sobriamente sobre o acto cagatório? não há cu p'a isto... ;)
quinta-feira, setembro 18, 2003
um furacão
ou um tufão
ou um ciclone tropical grave
ou uma tempestade ciclónica grave
ou um ciclone trópica
o nome muda consoante a região...
o furacão isabel invade a costa leste dos estados unidos... hoje. em 1994 o furacão john arrasou durante mais de 30 dias. caramba! é por isso que gosto tanto de viver na europa, onde não há nomes específicos para tufões, furacões, etc...
quarta-feira, setembro 17, 2003
hoje estou sem muita paciência para escrever. estou preguiçosa. mais um dia sem ter nada para fazer. apetecia-me ter ido para a praia ler os três mosqueteiros e não estar aqui encerrada nesta sala desarrumada e poeirenta.
não tenho vontade para nada. seca! e por isso não tenho nada de interessante para escrever...
fica uma imagem... que afinal vale mais de mil palavras... (esta expressão é tão parola!)
uhuuuuu! goa!!! uhuuuuu! trance!!! uhuuuu!! (o uhuuuu é igual ao uhuuuu do song 2 dos blur)
não tenho vontade para nada. seca! e por isso não tenho nada de interessante para escrever...
fica uma imagem... que afinal vale mais de mil palavras... (esta expressão é tão parola!)
uhuuuuu! goa!!! uhuuuuu! trance!!! uhuuuu!! (o uhuuuu é igual ao uhuuuu do song 2 dos blur)
terça-feira, setembro 16, 2003
o durão barroso diz que "(...)melhoria da produtividade vai ocorrer de forma "lenta e gradual", tendo manifestado esperança de que a economia portuguesa se transforme numa das "mais competitivas da Europa" até 2010.". este homem delirou... a frase em si é contraditória: digam-me como é que com uma produtividade lenta e gradual nos tornamos numa das economia mais competitivas da europa?! ou será que perdi por completo a minha capacidade de interpretação? serei eu?
ontem fui à reitoria da universidade de lisboa fazer exames para um concurso público. foi uma anedota! vou impugnar aquela porra porque todo o processo foi escandaloso. eu já sabia que a vaga estava preenchida, por alguém que deve lá estar há já algum tempo, numa situação precária... agora, aquelas três tontas que elaboraram os testes deviam ser recambiadas de novo para o 10º ano de escolaridade. ambos os exames estavam mal estruturados e algumas questões não se compreendiam. o mais grave é que colocaram perguntas sobre uma matéria que não saiu no aviso publicado no diário da república. estão lixadas... a presidente do júri, que deve ser a capi di tutti capi do gabinete de actividades culturais da reitoria da universidade de lisboa parecia uma leoparda... velha! muito, muito queimada do sol e também com umas belas doses de solário. um cabelo longo, pintado de louro escuro, que se dividia pelas costas e pelos ombros. uns olhos azuis, que sobressaiam daquela cabeleira toda e da pele excessivamente morena, sempre muito abertos, quase esbugalhados. uma boquinha, que parecia pequena, com uns dentes separados. uma voz arrastada, meio rouca, que roçava o ridículo. quando andava pelos corredores da reitoria, parecia que se passear-se pelas savanas africanas... um horror! fazia caretas, tentava ter um ar credível, inteligente mas não conseguia... aquela voz dizia tudo... administração pública... dá-me arrepios!
e alguém me consegue dizer que raio existiu um ministério da reforma da administração pública!??? com aquele socialista de barbas e óculos?
vamos ver como me saio a impugnar o dito concurso...
ontem fui à reitoria da universidade de lisboa fazer exames para um concurso público. foi uma anedota! vou impugnar aquela porra porque todo o processo foi escandaloso. eu já sabia que a vaga estava preenchida, por alguém que deve lá estar há já algum tempo, numa situação precária... agora, aquelas três tontas que elaboraram os testes deviam ser recambiadas de novo para o 10º ano de escolaridade. ambos os exames estavam mal estruturados e algumas questões não se compreendiam. o mais grave é que colocaram perguntas sobre uma matéria que não saiu no aviso publicado no diário da república. estão lixadas... a presidente do júri, que deve ser a capi di tutti capi do gabinete de actividades culturais da reitoria da universidade de lisboa parecia uma leoparda... velha! muito, muito queimada do sol e também com umas belas doses de solário. um cabelo longo, pintado de louro escuro, que se dividia pelas costas e pelos ombros. uns olhos azuis, que sobressaiam daquela cabeleira toda e da pele excessivamente morena, sempre muito abertos, quase esbugalhados. uma boquinha, que parecia pequena, com uns dentes separados. uma voz arrastada, meio rouca, que roçava o ridículo. quando andava pelos corredores da reitoria, parecia que se passear-se pelas savanas africanas... um horror! fazia caretas, tentava ter um ar credível, inteligente mas não conseguia... aquela voz dizia tudo... administração pública... dá-me arrepios!
e alguém me consegue dizer que raio existiu um ministério da reforma da administração pública!??? com aquele socialista de barbas e óculos?
vamos ver como me saio a impugnar o dito concurso...
quinta-feira, setembro 11, 2003
título de uma notícia que saiu hoje no Público:
"Então Pagar 500 Euros para Mandar Matar a Mãe É Coisa Que Se Faça?"
perfeito... não há quem resista!
"Então Pagar 500 Euros para Mandar Matar a Mãe É Coisa Que Se Faça?"
perfeito... não há quem resista!
quarta-feira, setembro 10, 2003
de manhã acordo sempre com a TSF. não me perguntem porquê. a maior parte dos portugueses faz exactamente a mesma coisa: acorda com as notícias, com a música tipicamente noticiosa da TSF. por norma, só me levanto já o comentador de economia está a falar há uns minutos e entro no banho ao som da sua voz forte e encorpada, que alerta os portugueses que a recessão está aí para ficar... ou seja, entro no banho já com os olhos esbugalhados, a pensar que se a merda da recessão não regredir, que vou ficar no desemprego mais tempo do que o previsto (tendo em conta que neste momento não tenho ainda nenhuma previsão...). saio do banho já desperta e um pouco preocupada. visto as cuecas enquanto um jornalista qualquer descreve o último ataque palestiniano ou comenta mais uma medida do governo. chego ao carro e zapo impacientemente entre as seis rádios que tenho sintonizadas, mas só ouço duas: a já citada TSF e a antena 1.
antena 1. na antena 1 ouço o histérico do sena santos. gosto dele. identifico-me com o fulano. vive a mais pequena notícia. até consegue achar interesse à meia maratona, aquela que passa pela ponte sobre o tejo e que deve causar um transtorno do caraças a metade da população de almada e do seixal...! mas não é só a voz e o histerismo do sena santos que ouço. está também lá outro tom, outro som, outra voz. a do antónio macedo! pois é! acreditam que sempre que o ouço no carro, a caminho do emprego, só me lembro da sua frase mais infeliz, que soava a qualquer coisa como qualquer coisa como:" eu faço minhas as palavras do assistente do carlos cruz: se o carlos cruz é pedófilo, então eu tb sou!". bom... bom! então, senhor antónio macedo, penso eu todas as manhãs, no carro, sempre que lhe escuto a voz... será o senhor um pedófilo?! com aquele tom grave, mais de rádio renascença que de antena 1, lá vai ele desfilando as situações de maior trânsito em lisboa e no porto. será que ele pensa na cretinice que disse quando parafreseou o assistente do carlos cruz, esse mesmo que se descobriu pouco tempo depois que tinha tido um processo de violação de duas miudas no alentejo dos anos 70... penso nisso e dá-me vontade de lhe perguntar, como se sente, senhor macedo? e sempre que o ouço, lembro-me dos seus óculos de fundo garrafa, dos olhos míopes e mínimos, do seu cabelo comprido e como pensava que ele era muito feio, quando assistia ao 123. com o carlos cruz. e o ar sério e transtronado como repetiu a frase do outro... coitado.
antena 1. na antena 1 ouço o histérico do sena santos. gosto dele. identifico-me com o fulano. vive a mais pequena notícia. até consegue achar interesse à meia maratona, aquela que passa pela ponte sobre o tejo e que deve causar um transtorno do caraças a metade da população de almada e do seixal...! mas não é só a voz e o histerismo do sena santos que ouço. está também lá outro tom, outro som, outra voz. a do antónio macedo! pois é! acreditam que sempre que o ouço no carro, a caminho do emprego, só me lembro da sua frase mais infeliz, que soava a qualquer coisa como qualquer coisa como:" eu faço minhas as palavras do assistente do carlos cruz: se o carlos cruz é pedófilo, então eu tb sou!". bom... bom! então, senhor antónio macedo, penso eu todas as manhãs, no carro, sempre que lhe escuto a voz... será o senhor um pedófilo?! com aquele tom grave, mais de rádio renascença que de antena 1, lá vai ele desfilando as situações de maior trânsito em lisboa e no porto. será que ele pensa na cretinice que disse quando parafreseou o assistente do carlos cruz, esse mesmo que se descobriu pouco tempo depois que tinha tido um processo de violação de duas miudas no alentejo dos anos 70... penso nisso e dá-me vontade de lhe perguntar, como se sente, senhor macedo? e sempre que o ouço, lembro-me dos seus óculos de fundo garrafa, dos olhos míopes e mínimos, do seu cabelo comprido e como pensava que ele era muito feio, quando assistia ao 123. com o carlos cruz. e o ar sério e transtronado como repetiu a frase do outro... coitado.
segunda-feira, setembro 08, 2003
ontem estava deprimida. hoje ainda estou. mas amanhã o meu joão faz anos e, como boa tia que tento ser, tenho de pensar numa boa prenda para lhe comprar. entenda-se boa e barata, porque este mês estou apertada. muito.
(duas lulas estão ali a cacarejar. é impressionante como lulas cacarejam, eu sei que é surrealista mas é verdade. eu conheço duas, estão aqui mesmo ao meu lado e cacarejam.)
mas que comprar a um menino lindo como o meu joão? que será que ele quer? tenho que telefonar à minha irmã. ela é mãe dele. ela deve saber. tem de saber. tem que me dar uma boa ideia.
eu adoro o joão. foi o que nasceu primeiro (sim, tenho quatro sobrinhos - joão, diogo, madalena e beatriz). teve um nascimento doloroso e lembro-me de chegar à maternidade com o meu irmão e ver a minha mãe a chorar, com aquele seu ar de desalento crónico, "não sei se ele se vai safar...". tive vontade de a sacudir com força, de a acordar desse pesadelo palerma que vivia nesse momento. eu sabia que nunca nada poderia acontecer a nenhum dos meus sobrinhos, a nenhum dos filhos dos meus irmãos, muito menos ao primeiro.
a primeira vez que o vi estava numa incubadora. era feinho, parecia um ratinho e a minha irmã deu-lhe de mamar. era preguiçoso para isso... é preguiçoso para muitas coisas. não gosta de fazer grandes esforços e se continua assim vai ter problemas: a minha irmã é filha do meu pai e não quer filhos burros nem preguiçosos. o joão vai ter que se esforçar. mas é um menino lindo. lindo, lindo, lindo, lindo! tem a carita redonda, os olhos grandes, duas grandes narinas, como a mãe. tem o cabelo espetado como o pai e, às vezes, gagueja um pouco. anda como o pai, tem expressões que são, tal e qual, as do reinaldo. é inteligente. vai fazer 5 anos. está a ficar um homenzinho. é o meu joão e estas férias andámos nas rochas pela praia fora à procura de pedrinhas.
o que é que lhe vou comprar?
(duas lulas estão ali a cacarejar. é impressionante como lulas cacarejam, eu sei que é surrealista mas é verdade. eu conheço duas, estão aqui mesmo ao meu lado e cacarejam.)
mas que comprar a um menino lindo como o meu joão? que será que ele quer? tenho que telefonar à minha irmã. ela é mãe dele. ela deve saber. tem de saber. tem que me dar uma boa ideia.
eu adoro o joão. foi o que nasceu primeiro (sim, tenho quatro sobrinhos - joão, diogo, madalena e beatriz). teve um nascimento doloroso e lembro-me de chegar à maternidade com o meu irmão e ver a minha mãe a chorar, com aquele seu ar de desalento crónico, "não sei se ele se vai safar...". tive vontade de a sacudir com força, de a acordar desse pesadelo palerma que vivia nesse momento. eu sabia que nunca nada poderia acontecer a nenhum dos meus sobrinhos, a nenhum dos filhos dos meus irmãos, muito menos ao primeiro.
a primeira vez que o vi estava numa incubadora. era feinho, parecia um ratinho e a minha irmã deu-lhe de mamar. era preguiçoso para isso... é preguiçoso para muitas coisas. não gosta de fazer grandes esforços e se continua assim vai ter problemas: a minha irmã é filha do meu pai e não quer filhos burros nem preguiçosos. o joão vai ter que se esforçar. mas é um menino lindo. lindo, lindo, lindo, lindo! tem a carita redonda, os olhos grandes, duas grandes narinas, como a mãe. tem o cabelo espetado como o pai e, às vezes, gagueja um pouco. anda como o pai, tem expressões que são, tal e qual, as do reinaldo. é inteligente. vai fazer 5 anos. está a ficar um homenzinho. é o meu joão e estas férias andámos nas rochas pela praia fora à procura de pedrinhas.
o que é que lhe vou comprar?
sexta-feira, setembro 05, 2003
excerto de uma notícia do DN de hoje:
"(...)O Governo de Lula enfrenta ainda outra fonte de crítica interna: o senador Eduardo Suplicy, que, esta semana, deixou José Dirceu, o poderoso chefe da Casa Civil do Presidente, «estarrecido» por ter engrossado o coro dos descontentes com a política de nomeações para os cargos mais importantes da administração federal.
Segundo a oposição, que pede a abertura de um inquérito no Senado sobre o assunto, o PT tem feito indicações a partir de critérios apenas políticos, e não técnicos. Isso estaria a prejudicar o bom funcionamento de vários órgãos públicos e engordando os cofres do PT _ pois todos seus membros são obrigados a contribuir com ao menos 10 por cento de seu salário para o partido."
tal como eu previa... é triste. o brasil será sempre a grande promessa adiada...
e também não sabia que se pagava a dízima no PT!!
"(...)O Governo de Lula enfrenta ainda outra fonte de crítica interna: o senador Eduardo Suplicy, que, esta semana, deixou José Dirceu, o poderoso chefe da Casa Civil do Presidente, «estarrecido» por ter engrossado o coro dos descontentes com a política de nomeações para os cargos mais importantes da administração federal.
Segundo a oposição, que pede a abertura de um inquérito no Senado sobre o assunto, o PT tem feito indicações a partir de critérios apenas políticos, e não técnicos. Isso estaria a prejudicar o bom funcionamento de vários órgãos públicos e engordando os cofres do PT _ pois todos seus membros são obrigados a contribuir com ao menos 10 por cento de seu salário para o partido."
tal como eu previa... é triste. o brasil será sempre a grande promessa adiada...
e também não sabia que se pagava a dízima no PT!!
terça-feira, setembro 02, 2003
de volta ao trabalho. por isso mesmo, de volta à depressão de ter de trabalhar num organismo moribundo e asfixiado, que limita todos aqueles que aqui trabalham. este sítio... onde trabalho está para ser extinto... desde 2001, desde que o sr. engenheiro descobriu que governava não um país mas sim um pântano. isto aqui, onde trabalho, isto aqui é um verdadeiro pântano. um pântano com um polvo, um polvo que acha que coordenar é estender os seus tentáculos pela sala fora, pelas vidas das pessoas, pelas suas expectativas, pelas suas frustrações. é um grande polvo, com longos e grossos braços, que balofamente se impõe perante todos os outros, que engana e se dissimula por detrás dos seus jactos de tinta podre, dos seus sons obtusos e risíveis, dos seus olhos esbugalhados e enganadores. mas o que mais me impressiona é como é que o pântano ainda não foi drenado e o polvo capturado. porque é que isto ainda não foi extinto, alguém me responde? como é que isto sobrevive, como é que se agarram à miserável esperança de que algum secretário de estado aprove a continuação de um pântano destes, que ainda por cima foi ocupado por um grande mas deficitário polvo? alguém de explica? porque afinal, estes secretários de estado têm de estar mais preocupados em criar e procriar os seus próprios pântanos?
isto vai ser extinto. tem de ser. nem que seja para passar para outro lado qualquer, alguma direcção, algum departamento carente de projectos interessantes. e depois aí... ai! vai ser um alívio. por outro lado tb vai ser um pânico mas... tb vai ser um alívio. não ter de acordar cedo para atravessar a cidade de uma ponta à outra. não ter de trabalhar com casacos de malha em pleno agosto porque o polvo obriga a que o ar condicionado esteja na bola vermelha no termóstato, nem que isso signifique as pessoas andarem o dia inteiro cheias de frio. não ter de ligar o computador velho, que me obriga a iniciá-lo várias vezes os dia. não ouvir os telefones a tocar e temer que a voz do lado de lá seja a do polvo, sempre demasiado seca ou demasiado melosa. não ter de falar ao polvo, não ter de falar com o polvo, não ter de ver o polvo, não ter de cheirar o polvo, que tem um cheiro insuportável e barato. não ter de ouvir as suas partenaires, as lulas, histéricas e pouco inteligentres, que a tudo lhe dizem que sim, com olhos de admiração. não ter de comer em 15 minutos, entalada entre um frigorífico e um micro-ondas e a minúscula mesa de tampo branco. não ter de escrever faxes, não ter de carimbar faxes, não ter de enviar faxes. não precisar de estar aqui, como estou agora. ir embora. fazer alguma coisa da minha vida.
pode ser que em outubro chegue a minha libertação...
isto vai ser extinto. tem de ser. nem que seja para passar para outro lado qualquer, alguma direcção, algum departamento carente de projectos interessantes. e depois aí... ai! vai ser um alívio. por outro lado tb vai ser um pânico mas... tb vai ser um alívio. não ter de acordar cedo para atravessar a cidade de uma ponta à outra. não ter de trabalhar com casacos de malha em pleno agosto porque o polvo obriga a que o ar condicionado esteja na bola vermelha no termóstato, nem que isso signifique as pessoas andarem o dia inteiro cheias de frio. não ter de ligar o computador velho, que me obriga a iniciá-lo várias vezes os dia. não ouvir os telefones a tocar e temer que a voz do lado de lá seja a do polvo, sempre demasiado seca ou demasiado melosa. não ter de falar ao polvo, não ter de falar com o polvo, não ter de ver o polvo, não ter de cheirar o polvo, que tem um cheiro insuportável e barato. não ter de ouvir as suas partenaires, as lulas, histéricas e pouco inteligentres, que a tudo lhe dizem que sim, com olhos de admiração. não ter de comer em 15 minutos, entalada entre um frigorífico e um micro-ondas e a minúscula mesa de tampo branco. não ter de escrever faxes, não ter de carimbar faxes, não ter de enviar faxes. não precisar de estar aqui, como estou agora. ir embora. fazer alguma coisa da minha vida.
pode ser que em outubro chegue a minha libertação...